Um grande filme deve necessariamente vir acompanhado
de uma trilha sonora que se preze. A música tem a capacidade de potencializar
as sensações a nós repassadas pelas cenas assistidas. Em alguns casos, fica tão
umbilicalmente cravada às imagens que delas se torna indissociável.
Certamente, muitos filmes devem grande parte de seu
sucesso à trilha sonora. Há casos que chega a superar o próprio filme a ele
atrelado.
Meu destino foi marcado pelos filmes que assisti. A
música que os enlevou faz a trilha sonora da minha vida.
1)
BLADE RUNNER
(Ridley Scott), 1982
Uma das mais maravilhosas obras do cinema tem uma das mais
maravilhosas trilhas do cinema. Vangelis Papathanassiou que começou sua
carreira no grupo grego de rock progressivo Aphrodite’s Child (com baladas interpretadas
pelo vocalista Demis Roussos), acabou enveredando pelo caminho da música orquestral
eletrônica batizada inapropriadamente como “new age”. Teve ainda uma bem
sucedida parceria com o vocalista do Yes, Jon Anderson que rendeu 4 álbuns. Mas
o auge veio com as trilhas sonoras. Duas delas são definitivamente magistrais. CARRUAGENS
DE FOGO (CHARIOTS OF FIRE), vencedora de Oscar e, sobretudo BLADE RUNNER, O
CAÇADOR DE ANDROIDES, personagem vivido por Harrison Ford. Vangelis acertou a
mão no acompanhamento da ambientação futurista criada pelo diretor. E ainda esnobou
fazendo com uma das canções românticas mais calientes da história, “Love Theme”, mesclando sax com
sintetizador.
2)
LARANJA MECÂNICA
(Stanley Kubrick), 1971
Stanley Kubrick foi sem dúvida um dos maiores
diretores de todas as épocas, senão o maior. Era um aficionado por música
clássica. Quem não se lembra de “Also Sprach Zaratrusta” e da valsa “Danúbio
Azul” de Strauss em 2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO? E também Schubert (BARRY
LINDON), Chopin (LOLITA), Bartok (O ILUMINADO). Em sua última produção, DE
OLHOS BEM FECHADOS, flerta com arrojadas composições do húngaro György Ligeti e
o trip hop de Jocelyn Pook com fragmentos de uma liturgia ortodoxa cantadas em
romeno. Mas a trilha mais cativante permanece sendo a de LARANJA MECÂNICA (CLOCKWORK
ORANGE) em que funde peças tradicionais de Beethoven com música eletrônica. A
cena de abertura em que o personagem central vivido por Malcolm McDowell se
delicia com sua gangue de arruaceiros na leiteria Korova ao som da peça
composta por Wendy Carlos é de arrepiar.
3)
AMARCORD (Federico
Fellini), 1973
O compositor italiano Nino Rota fez trilhas antológicas
para o cinema como as d’O PODEROSO CHEFÃO de Coppola, ROMEU E JULIETA e A
MEGERA DOMADA de Zefirelli, MORTE SOBRE O NILO de Guillermin e O LEOPARDO de
Visconti. Mas seu colaborador mais fiel foi Federico Fellini com o qual
trabalhou em praticamente toda sua vasta filmografia: I VITELONI, OITO E MEIO, SATYRICON,
AS NOITES DE CABÍRIA, BOCACCIO 70, CASANOVA, JULIETA DOS ESPÍRIOS, LA DOLCE
VITA etc. A nostálgica e comovente trilha de AMARCORD certamente é seu mais
belo trabalho. O filme autobiográfico de Fellini que retrata a infância do
diretor num pequeno vilarejo italiano é considerado uma das maiores obras do
cinema. A quem assistiu o filme, impossível não associar de imediato a
belíssima música tema.
4)
OS INTOCÁVEIS
(Brian de Palma), 1987
Ao lado de John Williams, Ennio Morricone é o mais
importante ‘trilheiro’ do cinema contemporâneo. Dentre as memoráveis, CINEMA
PARADISO (Tornatore), ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (Sergio Leone) e A MISSÃO (Joffé),
obras dos Irmãos Taviani, Pasolini, Almodóvar além, é, claro dos famosos temas
para os ‘western spaghetti’ como POR UM PUNHADO DE DÓLARES, O BOM, O MAU E O
FEIO e QUANDO EXPLODE A VINGANÇA. E até filmes com conteúdo político como SACCO
E VANZETTI, INVESTIGAÇÃO SOBRE UM CIDADÃO..., 1900, BATALHA DE ARGEL e
QUEIMADA. Trabalhou até com Tarantino na trilha de OS OITO ODIADOS (que lhe
rendeu o único Oscar, reparador, já que é uma trilha “menor”). Minha preferida
ainda é a comovente trilha de THE UNTOUCHABLES (não confundir com o francês INTOCÁVEIS,
que fez muito sucesso por aqui) que conduz o enfrentamento do quarteto liderado
por Kevin Costner e Sean Connery contra o todo poderoso Al Capone (Robert de
Niro).
5) AMÉLIE POULAIN
(Jean-Pierre Jeunet), 2001
Os trabalhos do multi-instrumentista francês Yann
Tiersen receberam influência do compositor clássico Erik Satie e dos
minimalistas sobretudo Michael Nyman (que também se tornou conhecido pelas
trilhas que compôs). Tiersen ganhou repentina projeção mundial justamente pela
belíssima trilha de AMÉLIE POULAIN. A composição para piano, violino e
harmônica consegue transportar para a música com perfeição o pequeno porém fascinante
mundo vivido pela personagem representada por Audrey Tautou e suas peraltices pelas
coloridas ruas de Montmartre. Tiersen não é um grande habitué de trilhas. Além
dessa, destaca-se apenas a trilha de outro grande filme, ADEUS, LÊNIN que
guarda semelhanças com a de AMÉLIE.
6)
NOVIÇA REBELDE
(Robert Wise), 1965
Clássico dos clássicos, esse musical continua
fascinando gerações com melodias compostas pela dupla Rodgers/Hammerstein que
já emplacara vários sucessos na Broadway. A música está estampada até no título
original, THE SOUND OF MUSIC. A saga da família Von Trapp comandada
militarmente por Christopher Plummer e a irrequieta freirinha a ela agregada (Julie
Andrews) é contada através de melodias que parecem não envelhecer como a que
acompanha grandiosa abertura (num verdíssimo gramado tendo os Alpes austríacos
ao fundo) ou a singela “Do Re Mi”. Wise dirigiu outro famosíssimo musical, WEST
SIDE STORY com temas compostos pelo maestro Leonard Bernstein. Mais
recentemente, aventurou-se pela ficção científica dirigindo STAR TREK com uma
grandiosa trilha orquestral conduzida por Jerry Goldsmith.
7)
WOODSTOCK
(Michael Wadleigh), 1970
Aqui a trilha é o próprio filme. Oscar de documentário,
a película registra o mais importante festival de música de todos os tempos,
ocorrido em 1970 na fazenda de Woodstock, California. Na pauta, o surgimento do
movimento hippie, amor livre, consumo de drogas e protestos contra a guerra do
Vietnam. No cardápio, canções memoráveis, sobretudo rock, que fizeram a cabeça
da geração ‘flower power’, executadas por nomes como Jimi Hendrix, Santana, The
Who, Ten Years After, Jefferson Airplane e Joe Cocker. Mas havia também o funk
de Sly and Family Stone, o blues de Canned Heat e o folk de Crosby, Stills Nash
& Young, Joan Baez e Jon Sebastian. As
canções foram reunidas num álbum triplo. Posteriormente, saiu um volume 2,
duplo com canções relegadas no primeiro registro.
8)
KOYAANISQATSI
(Godfrey Reggio), 1982
Esse é um dos exemplos em que a trilha, assinada pelo compositor
erudito Philip Glass, tornou-se tão celebrada e impactante que praticamente
empanou o brilho do filme. Trata-se de um documentário, se é que podemos assim
o definir, “narrado” através de um painel de imagens que mostra o alvoroço da
vida “moderna” (refere-se ao ano de 1982, quando a produção foi rodada). A
música desempenha presença crucial na retratação da paranoia. Aliás, no filme
não há diálogos nem narração, apenas uma sequência frenética de cenas
desconcertantes. As peças minimalistas executadas por um mestre do gênero casaram-se
perfeitamente com as imagens. O filme foi o primeiro da trilogia “qatsi” que
inclui POWAQQATSI e NABOYQATSI do mesmo diretor, também “trilhadas” por Glass.
Após a bem sucedida empreitada, Glass tornou-se bastante requisitado, assinando
trilhas de filmes importantes, como AS HORAS, MISHIMA, KUNDUN e TRUMAN, O SHOW
DA VIDA.
9)
CABARET (Bob
Fosse), 1972
Musical de Bob Fosse (que também é coreógrafo e
dançarino) estrelado por Liza Minelli que retrata com maestria e fidelidade o
ambiente vaudeville de um cabaré de Paris durante o período de ascensão do
nazismo. Só não ganhou o Oscar porque o concorrente era nada menos do que O
PODEROSO CHEFÃO de Coppola. As canções de John Kander e Fred Ebb (que também
compuseram para NEW YORK, NEW YORK, FUNNY LADY e CHICAGO), boa parte executada
no palco da casa de espetáculos, ao lado do mestre de cerimônia representado
pelo impagável Joel Grey, são inesquecíveis. Bob ainda dirigiria outro grande
musical, ALL THAT JAZZ (Palma de Ouro em Cannes) com outra bela trilha sonora
(assim como CABARET, supervisionada por Ralph Burns) com destaque para “On
Broadway” com George Benson.
10)
TUBARÃO (Steven
Spielberg), 1975
O maestro John Williams é o compositor mais
requisitado de Hollywood. O único
concorrente que lhe fez frente em número de indicações ao Oscar é Alfred Newman
(45 indicações contra 47 de Williams). Entre suas famosas trilhas orquestrais
épicas, as sagas de HARRY POTTER e STAR WARS. Spielberg é seu amigo particular
e mais assíduo colaborador. Grande parte de seus filmes inclusive ET, JURASSIC
PARK, A LISTA DE SCHINDLER, CONTATOS IMEDIATOS... e a série completa INDIANA
JONES é dele. TUBARÃO (JAWS) foi uma das primeiras colaborações entre os dois
(e possivelmente a mais bem sucedida). A sequência mais marcante é aquela que precede
as investidas mortais do sinistro esqualo, criando uma tensão no espectador que,
ao escutá-la, prepara seus nervos para o impiedoso ataque.
11)
EM ALGUM LUGAR DO
PASSADO (Jeannot Szwarc), 1980
John Barry é outro nome imprescindível quando se trata
de música para o cinema. Dentre suas trilhas, DANÇA COM LOBOS, ENTRE DOIS
AMORES (Out of Africa), CHAPLIN e KING KONG (versão de 1976). Mas duas são
absolutamente magistrais: PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY), incluindo o
melancólico tema executado com gaita (a trilha que traz também a famosíssima
“Everybody’s Talking” interpretada por Harry Nilsson); e SOMEWHERE IN TIME,
cuja música tema é indissociável ao drama do sonho desfeito vivido pelo
personagem vivido por Christopher
Reeve. Além disso, Barry assinou temas
para os primeiros filmes de 007, tendo inclusive elaborado os arranjos do
famosíssimo tema original de James Bond.
12)
VERÃO DE 42
(Robert Mulligan), 1971
Michel Legrand, recentemente falecido, foi um dos mais
respeitados músicos do século XX, responsável pelas trilhas de O MORRO DOS
VENTOS UIVANTES e YENTL, além de trabalhar com diretores cultuadíssimos como
Orson Welles, Malle, Godard e Wajda. Mas tornou-se mais conhecido pela
belíssima trilha de SUMMER OF 42, vencedora do Oscar, película que retrata a
paixão proibida de um adolescente por uma mulher mais velha, cujo marido estava
afastado.
13)
PANTERA
COR-DE-ROSA (Blake Edwards), 1963
Henry Mancini é um nome que não poderia deixar de
figurar em destaque. Os temas cômicos para duas trilhas tornaram-se
famosíssimos. A PANTERA COR-DE-ROSA e HATARI (com a famosa “Dança do
Elefantinho”). Compôs ainda as trilhas dos clássicos CHARADA (Stanley Donen) com
Cary Grant e Audrey Hepburn, VICTOR OU VICTÓRIA com Julie Andrews e BONEQUINHA
DE LUXO com Hepburn (ambos de Blake Edwards), incluindo “Moon River”, uma das
mais belas melodias de todos os tempos. Não bastasse tudo isso, é dele também o
famosíssimo tema de abertura da série televisiva Peter Gunn.
14)
BUTCH CASSIDY AND SUNDANCE KID (George Roy Hill), 1969
Burt Bacharach é um celebrado compositor, com pérolas
do cancioneiro norte-americano, reconhecido sobretudo nas vozes de Dionne
Warwick, Aretha Franklin e Carpenters. Quem ousa dizer que não gosta
de “I’ll Never Fall in Love Again”, “The Look of Love”, “I Say a Little
Prayer”, “Close to You”? E naturalmente
“Raindrops Keep Falling on my Head" que integra a trilha desse filme estrelado
por Paul Newman e Robert Redford (a mesma dupla protagoniza outro sucesso do
diretor, GOLPE DE MESTRE, que também possui uma trilha genial com base no
ragtime de Scott Joplin). Bacharach compôs mais duas trilhas memoráveis,
HORIZONTE PERDIDO e CASSINO ROYALE (não confundir com o filme de 007 de 2006).
15)
MÁGICO DE OZ
(Victor Fleming), 1939
“Over the Rainbow” tornou-se uma das canções mais
adoradas de todos os tempos com centenas de gravações por artistas dos mais
variados gêneros, de Frank Sinatra a Eric Clapton, de Ella Fitzgerald a Mariah
Carey, de Nara Leão a Paula Fernandes. A gravação original foi composta nos
anos 30 pela dupla Harlen/Harburg integrando a trilha do filme THE WIZARD OF OZ
especialmente para a interpretação de Judy Garland então com 16 anos. Naturalmente
faturou o Oscar (a trilha e a canção original). No mesmo ano, Fleming viria a
dirigir outro clássico, E O VENTO LEVOU com trilha de Max Steiner (com o
famosíssimo “Tara’s Theme”). Max é outro campeão de trilhas com 24 indicações
de Oscar (é dele também a trilha de CASABLANCA).
16)
PARIS TEXAS (Wim
Wenders), 1984
Além do icônico ASAS DO DESEJO, o diretor alemão Wim
Wenders realizou obras primas como BUENA VISTA SOCIAL CLUB, documentário que
resgatou uma geração esquecida de artistas cubanos. O produtor musical foi o
guitarrista californiano Ry Cooder com quem Wenders já havia trabalhado em
PARIS TEXAS, palma de ouro em Cannes. Aqui, os cortantes solos de guitarra de Cooder
fornecem o clima melancólico e agreste dos rincões desérticos do Texas onde se
desenrola a trama.
17)
FURYO (Nagisa
Oshima), 1983
A produção nipônica de guerra estrelada por David
Bowie ganhou uma trilha bastante pertinente assinada por Ryuichi Sakamoto,
combinando composição sinfônica ocidental com sons tradicionais do extremo
oriente e um toque de música eletrônica. O conhecido tema instrumental ganhou
uma maravilhosa versão vocal de David Sylvian do grupo Japan (que de japonês só
tem o nome). Sakamoto viria também a compor para três filmes de Bernardo
Bertolucci, O CÉU QUE NOS PROTEGE, O PEQUENO BUDA e O ÚLTIMO IMPERADOR
(ganhando o Oscar por esse último).
Compôs também para OLHOS DE SERPENTE (Brian de Palma) e DE SALTO ALTO
(Almodóvar).
18)
VELUDO AZUL
(David Lynch), 1986
Angelo Badalamenti foi o compositor preferido de
David Lynch, compondo 3 trilhas de destaque: TWIN PEAKS, MULHOLLAND DRIVE e
BLUE VELVET. Nessa última, a canção tema, mega-sucesso do cantor Bobby Vinton
(interpretada no filme pela atriz Isabella Rosselini) inspirou o título. Roy
Orbinson também comparece com “In Dreams”, reforçando o clima pop vintage,
justaposto por uma partitura orquestral conduzida por Badalamenti, tendo como
referência o compositor clássico Shostakovich. A combinação desses elementos
tão díspares criou um clima perfeito para o perturbador enredo com
características neo-noir. Destaque para a faixa “Mysteries Of Love” interpretada
por Julee Cruise. A cantora teve diversas colaborações com a dupla Lynch/Badalamenti,
inclusive no maior sucesso de sua carreira, “Falling” que integrou a trilha de TWIN
PEAKS.
19)
PSICOSE (Alfred Hitchcock),
1960
A obra máxima de suspense (e horror) de Hitchcock, à
época causou furor e pânico nas salas de projeção, especialmente a tétrica cena
do assassinato a facadas no chuveiro, um dos takes de maior tensão da história
do cinema. O grau máximo de apreensão ocorre em função do famosíssimo
acompanhamento de violinos estridentes criado por Bernard Herrmann. O maestro
nova-iorquino tem um precioso currículo tendo composto a trilha de obras primas
do cinema como CIDADÃO KANE de Orson Welles, FAHRENHEIT 451 de François
Truffaut TAXI DRIVER de Martin Scorsese e TRÁGICA OBSESSÃO de Brian de Palma.
Mas o maior destaque refere-se à filmografia de Hitchcock que inclui dentre
outros filmes VERTIGO E O HOMEM QUE SABIA DEMAIS.
20)
LAWRENCE DA
ARÁBIA (David Lean), 1962
Maurice Jarre é outro colecionador de indicações ao
Oscar. Venceu em DOUTOR JIVAGO, PASSAGEM PARA A ÍNDIA e LAWRENCE DA ARÁBIA,
três clássicos do diretor David Lean. Esse último é considerado uma das mais
ambiciosas obras da história do cinema e ganhou de Jarre uma trilha com a
grandiosidade compatível com o esplendor das imagens. Jarre inovou agregando
instrumentos étnicos e eletrônicos em seus arranjos, tornando-se um dos
precursores da world music da qual seu filho Jean Michel tornou-se celebridade.
21)
A PRIMEIRA NOITE
DE UM HOMEM (Mike Nichols), 1967
A dupla norte-americana Simon & Garfunkel não tem
tradição de compor para o cinema. Nem precisa. Venderam dezenas de milhões de
discos. Porém abriram uma exceção para THE GRADUATE, filme onde o jovem Dustin
Hoffman mantém uma relação complicada com a sedutora senhora Robinson, Anne
Bancroft. As desventuras do personagem são acompanhadas por canções que se
tornaram verdadeiros hinos pop nos anos 60, como “Sounds of Silence”, “Mrs.
Robinson” e “Scarborough Fair”.
22)
PINÓQUIO (Walt Disney),
1940
O compositor Alan Menken é o preferido dos estúdios
Disney para trabalhar trilhas de êxito como A PEQUENA SEREIA e a BELA E A FERA.
A ele minhas desculpas mas a melhor trilha Disney continua sendo a do clássico
PINOCCHIO de 1940 de criação coletiva, que traz a maravilhosa canção “When you
wish upon a star” (Jiminy
Cricket), ganhadora do Oscar. Segunda superprodução dos Estúdio Disney (a
primeira foi BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES que também possui uma trilha
excepcional que inclui “Heigh Oh”: “Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou”), o
longa de animação marca o auge da perfeição técnica do desenho animado.
23)
DO FUNDO DO
CORAÇÃO (Francis Ford Coppola), 1982
O maior fracasso comercial da filmografia do diretor
da trilogia O PODEROSO CHEFÃO talvez seja o que tenha paradoxalmente a trilha mais cativante,
a cargo de Tom Waits. Não obstante Waits seja um músico cult, seu vínculo com o
cinema fica mais por conta de suas atuações como ator coadjuvante, sobretudo em
filmes de Jim Jarmush (DOWN BY LAW, COFFEE AND CIGARETTES) e do próprio Coppola
(SELVAGEM DE MOTOCICLETA, VIDAS SEM RUMO, DRÁCULA DE BRAM STROKER). Em ONE FROM
THE HEART, no entanto, brilha tanto como compositor (sendo o autor das 12
faixas que integram o álbum) como intérprete, fazendo dupla com Crystal Gayle
(convertida do country para o jazz romântico).
24)
AGUIRRE, A CÓLERA
DOS DEUSES (Werner Herzog), 1972
Werner Herzog sempre foi um diretor obscuro cultuado
por um grupo restrito de cinéfilos. Logicamente, as trilhas de seus filmes
refletiam essa condição. Assim como ocorreu com o ator Klaus Klinki, o conjunto
alemão Popol Vuh (capitaneado pelo tecladista Florian Fricke) foi colaborador
recorrente do cineasta alemão. Assinou diversas trilhas, como as de
FITZCARRALDO e NOSFERATU, conferindo às trilhas um clima onírico, combinando as
viagens eletrônicas de grupos como o Kraftwerk e o Tangerine Dream com
influências místicas e orientais e, no caso do filme em questão, andinas.
25)
FALE COM ELA
(Pedro Almodovar), 2002
Preferido de Almodóvar, Alberto Iglesias compôs
diversas trilhas para o cineasta espanhol como VOLVER, MÁ EDUCAÇÃO e TUDO SOBRE
MINHA MÃE, dentre outros. A mais bela e pungente talvez tenha sido HABLE CON
ELLA que também abre espaço para a MPB com Elis Regina interpretando “Por Toda
a Minha Vida” (Tom & Vinícius) e Caetano Veloso com “Cucurrucucú Paloma”
que aparece em pessoa cantando a pérola do folclore mexicano. Iglesias musicou
outros filmes como LÚCIA E O SEXO, CHE, O CAÇADOR DE PIPAS e O JARDINEIRO FIEL,
este dirigido por Fernando Meirelles.
26)
PULP FICTION
(Quentin Tarantino), 1994
Tarantino costuma dividir os críticos. Menos quando se
trata das trilhas sonoras, quando a opinião unânime é que o diretor não dá bola
fora. PULP FICTION é não apenas seu mais badalado filme, como o que possui a
trilha mais arrojada. Além da sacada de ressuscitar empoeirados clássicos da
surf music, ainda realizou a proeza de transformar em sucesso o obscuro grupo
Urge Overkill.
27)
ROUND MIDNIGHT
(Bertrand Tavernier), 1986
O saxofonista Dexter Gordon surpreendeu por sua
atuação nessa película, concorrendo ao Oscar como ator. A trilha sonora
(vencedora da estatueta) homenageia os anos dourados do jazz reunindo cobras
como Herbie Hancock, Ron Carter (que também atuaram no filme), Bobby McFerrin,
John McLaughlin, Chet Baker, Freddie Hubbard e Wayne Shorter, dentre outros.
Uma celebração ao nobre gênero musical.
28)
OS EMBALOS DE
SÁBADO À NOITE (John Badham),1977
Na década de 60, The Bee Gees era tido como um grupinho
brega que alcançava sucesso com cançõezinhas açucaradas como “Massachusetts” e “I
Started the Joke”. Pegando carona na onda ‘disco’, os irmãos Gibb emplacaram
uma das mais bem sucedidas trilhas, SATURDAY NIGHT FEVER com canções como
“Stayin’ Alive”, “How Deep is Your Love” e “Night Fever” com John Travolta
arrepiando na pista. De quebra, outros grupos representativos dos anos 70: Kool
& the Gang, KC & Sunshine Band e Tavares.
29)
LUZES DA CIDADE
(Charles Chaplin), 1931
Nesse clássico que combina comédia e drama, Carlitos
desempenha um vagabundo que sustenta uma florista cega (Virginia Cherill) que,
ao voltar a enxergar, não consegue esconder a frustração ao reconhecer seu
maltrapilho benfeitor. Chaplin manifesta aqui toda sua genialidade: não
bastasse ser o diretor, o produtor, o roteirista e o ator principal, ainda
compôs a bela trilha sonora. Em se tratando de um filme mudo, a música
desempenha papel primordial traduzindo as emoções dos personagens. É utilizada
também a música “Violetera” do compositor espanhol José Padilha como tema da
florista.
30)
TRAINSPOTTING
(Danny Boyle), 1996
O diretor de YESTERDAY e do premiadíssimo QUEM QUER
SER UM MÍLIONÁRIO? já chamava a atenção dos cinéfilos desde os desconcertantes
COVA RASA e TRAINSPOTTING, ambos com Ewan McGregor. Esse último retrata sem
retoques o mundo das drogas. A trilha tornou-se ainda mais cultuada que o
filme, reunindo a nata da canção pop inglesa e americana da época: Lou Reed,
Brian Eno, Iggy Pop, Blur, Underworld, Primal Scream, New Order etc.
31)
BETTY BLUE (Jean Jacque Beineix), 1985
A carreira do celebrado compositor e pianista libanês
Gabriel Yared (que chegou a morar no Brasil no início dos anos 70), deslanchou
quando ele se dedicou à execução de trilhas para o cinema francês como CAMILLE
CLAUDEL e SALVE-SE QUEM PUDER (Jean Luc Godard) . Foi laureado com o Oscar pela
trilha sonora do filme O PACIENTE INGLÊS de Anthony Minghella. Desse mesmo
cineasta britânico, assinou os filmes COLD MOUNTAIN e O TALENTOSO RIPLEY, além
de CIDADE DOS ANJOS. A película francesa 37º2 LE MATIN (que no Brasil recebeu o
título de BETTY BLUE) teve uma trilha sonora que acabou se tornando mais
badalada que o próprio filme.
32)
FLASHDANCE
(Adrian Lyne), 1983
Lyne é um bem sucedido cineasta com produções de
grande bilheteria como 9 ½ SEMANAS DE AMOR, PROPOSTA INDECENTE e ATRAÇÃO FATAL.
Apesar das críticas mal humoradas, FLASHDANCE, maior sucesso da carreira de Jennifer Beals,
foi comercialmente um arraso, assim como sua trilha. Apesar de torcer o nariz,
poucos não se emocionam ao escutar “What a Feeling” com Irene Cara ou “Maniac”
com Michael Sambello. As canções foram compilados pelo DJ Giorgio Moroder,
produtor de Donna Summer e com vasta atuação durante a era disco. No cinema,
assinou também as trilhas de EXPRESSO DA MEIA NOITE (ganhadora de Oscar), TOP
GUN, GIGOLÔ AMERICANO, SCARFACE e A MARCA DA PANTERA.
33)
SUPLÍCIO DE UMA
SAUDADE (Henry King), 1955
Alfred Newman foi um verdadeiro colecionador de Oscars,
tendo composto para mais de 200 filmes. Dentre suas trilhas mais marcantes, A
MALVADA, O MORRO DOS VENTOS UIVANTES, COMO ERA VERDE O MEU VALE, CANÇÃO DE
BERNARDETTE, AEROPORTO e a arrebatadora LOVE IS A MANY SPLENDORED THING, cujo
tema (de autoria da dupla Fain/Webster) foi gravado por uma pá de artistas
(Andy Williams, Matt Monro, Bing Crosby, Nat King Cole, Shirley Bassey, Frank
Sinatra etc.) e até empanou o sucesso do filme.
34)
MY FAIR LADY (George Cukor), 1964
A partir do mega-sucesso do musical da Broadway, a comédia
de 1964 estrelada por Audrey Hepburn e Rex Harrison arrebatou 8 Oscars
incluindo o de trilha sonora com a impagável “I Could Have Danced All Night”
interpretada pela própria atriz. A trilha foi composta pelo maestro e pianista
André Previn, recentemente falecido, outro colecionador de indicações às
estatuetas, tendo faturado mais 3: GIGI, PORGY AND BESS e IRMA LA DOUCE, sempre
fundindo pop com jazz e música clássica.
35)
O PIANO (Jane
Campion), 1993
O drama neozelandês protagonizado por Holly Hunter e
Harvey Keitel gira em torno da paixão de uma mulher muda desde a infância por
seu piano,
do qual se viu privada ao iniciar vida em companhia do
novo marido numa terra estranha. A belíssima trilha ajudou a popularizar seu
autor, o prestigiado pianista e compositor minimalista Michael Nyman. É dele
também a trilha do instigante O COZINHEIRO, O LADRÃO, SUA MULHER E A AMANTE do diretor
Peter Greenaway.
36)
ORFEU NEGRO
(Marcel Camus), 1959
Apesar de o enredo (baseado na mitologia grega) ter
transcorrido no Rio de Janeiro durante a época do Carnaval, com elenco composto
por atores brasileiros, a produção representou a França nos grandes festivais
em que concorreu, ganhando por aquele país o Oscar de melhor filme estrangeiro
além de faturar a Palma de Ouro em Cannes. A trilha sonora, composta por Tom
Jobim (com a participação de Vinícius de Morais) e pelo violonista Luiz Bonfá,
que compôs os temas “Manhã de Carnaval” (interpretada por Agostinho dos
Santos), e “Samba de Orfeu”, (ambas em parceria com Antonio Maria) marca o
início da explosão da bossa nova.
37)
SE MEU APARTAMENTO
FALASSE (Billy Wilder), 1960
THE APARTMENT com Jack Lemmon e Shirley MacLaine é
apenas uma das inúmeras obras-primas de Wilder, um dos maiores diretores do
cinema, mas provavelmente a que tem a trilha mais conhecida, composta por Adolf
Deutsch. Deutsch musicou também outra comédia de Wilder, QUANTO MAIS QUENTE
MELHOR além de RELÍQUIA MACABRA e o musical SETE NOIVAS PARA SETE IRMÃOS.
38)
HARRY & SALLY
(Rob Reiner), 1989
Comédia romântica não precisa necessariamente ser piegas,
como prova essa divertida e esmerada produção protagonizada por Meg Ryan e
Billy Cristal, que passam o filme inteiro se estranhando até acabarem juntos. A
graciosa trilha sonora que fez tanto ou até mais sucesso do que o filme foi
executada pelo estreante e promissor cantor e pianista Harry Connick, Jr, tido
então como o futuro Sinatra e é composta por clássicos do jazz (irmãos
Gershwin, Rodgers & Hart, Duke Ellington, Bennie Goodman). Ao fim, Connick
Jr não se tornou um novo Sinatra nem emplacou novas trilhas, vindo a fazer
alguns papéis como ator coadjuvante. WHEN HARRY MET SALLY foi o grande sucesso
de sua carreira.
39)
FAÇA A COISA
CERTA (Spike Lee), 1989
Spike Lee é conhecido por explorar em seus filmes
engajados as desigualdades raciais. DO THE RIGHT THING foi um de seus maiores
êxitos. O filme trata da escalada de violência gerada pela mera instalação por
um italiano branco e seus filhos de uma pizzaria num bairro de Nova York
predominantemente negro. A trilha que serve como fundo a esse quadro de
conflitos traz diversos ritmos da música black: hip hop (Public Enemy), jazz
(Al Jarreau), swing (Teddy Riley), reggae (Steel Pulse), gospel (Take 6) e até
salsa (Ruben Blades).
40)
I AM SAM, UMA
LIÇÃO DE AMOR (Jessie Nelson), 2001
O filme estrelado por Sean Penn aborda um tema
espinhoso: a relação entre um pai intelectualmente deficiente e sua esperta
filha de 7 anos (Dakota Fanning). O personagem vivido por Penn era fã ardoroso
dos Beatles o que originou uma trilha sonora curiosa: canções do quarteto de
Liverpool tocadas por uma nova geração de intérpretes (Aimee Mann, Eddie
Vedder, Stereophonics, Sheryl Crow, Black Crowes etc).
41)
DIÁRIOS DE
MOTOCICLETA (Walter Salles), 2004
A saga de Che Guevara pela América Latina, sob a
direção do brasileiro Walter Salles, recebeu uma bela trilha composta pelo
argentino Gustavo Santaolalla com uma canção tema “Al Otro Lado Del Rio” de
Jorge Drexler. Santaolalla recebeu dois Oscars mas por outras trilhas,
igualmente belas, BABEL e O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN. São dele também as
trilhas dos mexicanos AMORES PEJOS e BIUTIFUL, do argentino RELATOS SELVAGENS e
do americano 21 GRAMAS.
42)
LISBELA E O
PRISIONEIRO (Guel Arraes), 2003
A elogiada produção nacional protagonizada por Selton
Mello e Débora Falabella recebeu uma excelente trilha assumidamente kitsch e
pouco convencional compilada por André Matos. O músico trabalhou com o grupo
Sepultura que participou de duas faixas, uma das quais ao lado de Zé Ramalho,
numa união curiosa e e interessante, interpretando “A Dança das Borboletas”,
sucesso da Alceu Valença. Outra pérola é “Você não me Ensinou a te Esquecer”,
canção brega de Fernando Mendes, lapidada por Caetano Veloso. Participam ainda
Elza Soares, Los Hermanos e Yamandú Costa, dentre outros.
43)
MANHATTAN (Woody
Allen), 1979
Woody Allen sempre foi apaixonado pelo som dos anos de
ouro de New Orleans e pelos clássicos dos anos 20/30. As trilhas sonoras de
seus filmes refletem suas preferências musicais. Em MANHATTAN, filmado em preto
e branco, em que atua ao lado de Diane Keaton e Meryl Streep, podemos encontrar
os principais chavões que caracterizam suas comédias cerebrais. A ideia do
filme surgiu a partir de uma canção de Gershwin (assim como Allen, um
apaixonado por NY). Todas as canções da trilha sonora são do compositor
norte-americano e executadas pela Filarmônica de Nova York sob a regência de
Zubin Mehta, com destaque para as conhecidíssimas “Rhapsody in Blue” e
“Embraceable You”.
44)
ALTA SOCIEDADE
(Charles Walters), 1956
Dispensável falar da importância de Cole Porter na
cultura norte-americana. Celebrados pelos principais nomes da música, seus
standards tornaram-se presença obrigatória em qualquer compilação
representativa da era de ouro do jazz. Sem falar dos inúmeros espetáculos da Broadway,
muitos transpostos para a tela. Trazem a marca de Porter, filmes como CAN CAN,
KISS ME KATE e O PIRATA. HIGH SOCIETY traz Bing Crosby, Frank Sinatra e Grace
Kelly (seu último papel antes de se tornar princesa), e a presença marcante de
Louis Armstrong e banda executando “High Society Calypso”. Além de “True Love”
com Crosby e Grace, último grande sucesso do compositor.
45)
BIRD (Clint
Eastwood), 1988
Clint Eastwood é um aficionado por jazz, como
demonstra a música que acompanha boa parte dos filmes que atuou como diretor.
Esmerou-se nessa produção que trata da vida atribulada e curta (faleceu aos 34
anos) de Charlie Parker (ou Bird, como era conhecido), representado na tela por
Forrest Whitaker. A trilha apresenta 11 canções do saxofonista, remixadas, sendo
adicionados aos solos originais de Parker acompanhamentos de músicos
contemporâneas.
46)
CANTANDO NA CHUVA
(Stanley Donen), 1952
A cena dura 4 minutos: começa com Gene Kelly deixando
Debbie Reinolds em casa e termina com ele entregando o guarda chuva a um
necessitado, sob o olhar repreensivo de um guarda. Bastou para credenciar SINGIN’
IN THE RAIN como um dos musicais mais famosos do cinema. O curioso é que quase
nenhuma das músicas da dupla Freed/Brown que tocam no musical foi feita para o
filme, tendo sido compostas para outros espetáculos da MGM, inclusive a música
que dá título à película, composta em 1929.
47)
EASY RIDER, SEM
DESTINO (Dennis Hopper), 1969
Celebrado ‘road movie’ protagonizado por Peter Fonda
(que também o produziu) e Dennis Hopper (que também o dirigiu) que marcou o
surgimento da geração beat com uma trilha sonora bastante pertinente que traz The
Jimi Hendrix Experience e The Byrds (com seu líder Roger McGuinn em duas faixas
solo). Mas a canção que marcou foi realmente o hino libertário “Born to Be
Wild” (que passou a ser também o hino dos motociclistas) interpretada pelo
grupo Steppenwolf.
48)
SINGLES, VIDA DE
SOLTEIRO (Cameron Crowe), 1992
O filme é uma simpática e descompromissada comédia
romântica do mesmo diretor de JERRY McGUIRE, QUASE FAMOSOS e VANILLA SKY que
retrata a complicada relação de jovens à procura do par perfeito. A trama transcorre
em Seattle, cidade em que emergia um efervescente movimento musical que se estendeu
pelo planeta e revitalizou o rock. A trilha que se tornou cult reflete a
atmosfera ‘grunge’, com bandas como: Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden,
Screaming Trees etc.
49)
ZORBA O GREGO
(Michael Cacoyannis), 1964
A trilha do filme greco-americano (estreado por
Anthony Quinn, Alan Bates e Irene Papas) composta por Mikis Theodorakis fez
bastante sucesso sobretudo a envolvente canção tema. Mikis conhecido por seu
engajamento em causas sociais, compôs também a trilha de SERPICO e de duas
obras primas do cinema político de Costa Gavras, Z e ESTADO DE SÍTIO.
50)
JUNO (Jason
Reitman), 2007
Um despretensioso filme independente com baixo
orçamento sobre dramas de uma adolescente (Ellen Page) que engravida aos 16
anos conseguiu a surpreendente façanha de concorrer ao Oscar. As referências
musicais do filme são absolutamente geniais, conciliando ídolos consagrados do
rock como Buddy Holy, The Kinks, Mott the Hoople e Velvet Underground com nomes
do pop alternativo como Belle and Sebastian, Sonic Youth e Cat Power.