quarta-feira, 24 de julho de 2024

OS 300 MAIORES ROCKS DO SÉCULO XX (12ª PARTE)

 A seguir, a 12ª parte dos 300 maiores rocks do Século XX, dentro dos seguintes critérios: apenas canções do período de 1963 a 2000, com cada intérprete com direito a uma canção.

 

221) JOAN JETT – I LOVE ROCK AND ROLL

I LOVE ROCK AND ROLL, o grande sucesso de Joan Jett, tem origem curiosa. A música, original do grupo The Arrows, réplica a IT´S ONLY ROCK AND ROLL dos Stones (que, conforme os autores, inferiorizou o ritmo), figurou apenas como lado B de um single. O acaso, todavia, fez com que Joan, à época integrante do grupo feminino The Runaways, escutasse a canção na TV e por ela se apaixonasse. Gravada pela cantora e guitarrista americana, alcançou a liderança da parada de singles dos EUA, aí ficando por 7 semanas. Tornou-se a um só tempo um hino de celebração ao rock, uma postura de rebeldia punk e uma manifestação de empoderamento feminino. A faixa deu nome a seu 1º álbum com o grupo Blackhearts de 1981 (um ano após emplacar o hit BAD REPUTATION). Foi regravada por Britney Spears e Miley Cyrus.

 

222) TOM WAITS – TIME

O inclassificável cantor, poeta e instrumentista norte-americano com sua voz rude embargada de bêbado pode ser considerado o Charles Bukowski  da música. Também teve atuação profícua como ator, sendo dileto de Francis F Coppola em filmes como “Cotton Club”, “Selvagem da Motocicleta”, “Drácula de Bram Stoker”, “Vidas sem Rumo” e “Do Fundo do Coração” (‘One From the Heart’), sendo que a trilha do último, por ele composta, tornou-se mais badalada que o próprio filme. Seus álbuns em que ataca de jazz, folk, blues ou rock, trazem quase que exclusivamente composições próprias. No Brasil é conhecido por RAIN DOGS (1985), eleito disco do ano pela NME, em que é acompanhado na guitarra por ninguém menos do que Keith Richards. A balada TIME, sua canção mais famosa, pertence a esse disco. Tori Amos regravou-a em seu álbum de covers STRANGE LITTLE GIRLS (2001)

 

223) BECK – LOSER

Foi essa a canção, desacreditada pelo próprio Beck, que abriu as portas para o êxito do cantor, compositor e multi-instrumentista norte-americano, permitindo-lhe ingressar numa grande gravadora. MELLOW GOLD (1994), seu 3º álbum (e o 1º a conquistar público e crítica), agregou a faixa, já um mega-hit quando lançada em single. Ai se revelam as várias fontes em que bebeu, rock alternativo, blues, rap, folk. O ambiente familiar com o pai músico favoreceu sua vocação. Percebe-se ainda seu interesse por experimentalismo, psicodelia, low-fi, country e até MPB: além de compor TROPICALIA (que apesar do nome, tem um ritmo de bossa-nova) para o álbum MUTATIONS (assim batizado em homenagem aos Mutantes), incluiu um sample de DESAFINADO com Laurindo de Almeida na faixa READYMADE do álbum ODELAY (1996), o de maior sucesso do artista.

 

224) CHICAGO – IF YOU LEAVE ME NOW

O Chicago nasceu em 1967 em... Chicago. A banda (que contou por 8 anos com o percussionista carioca Laudir de Oliveira, ex-Som Imaginário, ex-Sérgio Mendes & Brasil 77), com sua bem sucedida fórmula de misturar rock, jazz, R&B e rica instrumentação, colecionou recordes de vendas: mais de 100 milhões de álbuns (40% nos EUA). 5 deles atingiram o 1º lugar na lista da Billboard, onde chegaram a emplacar simultaneamente 7 álbuns e seus singles foram os campeões dos anos 70. Foi a primeira banda de rock a lotar por uma semana o Carnegie Hall, show registrado num álbum quádruplo. Isso tudo mantendo boas pontuações dos críticos. Dentre seus inúmeros hits, o maior foi IF YOU LEAVE ME NOW (1976), composto e interpretado pela voz doce de Peter Cetera, faixa do apelidado ‘álbum de chocolate’ (por ter uma barra do mesmo na capa) ou CHICAGO X (adotaram a prática de nomear seus 38 álbuns por algarismos romanos, de I a XXXVIII, acompanhados do logo que identifica o grupo).

 

225) PRIMAL SCREAM – COME TOGETHER

Formada em Glasgow, Escócia, por Bobby Gillespie, ex-baterista do Jesus and Mary Chain, essa banda vinha de 2 álbuns iniciais calcados no indie pop. SCREAMADELICA (1991), a seguir, ganhou o status de obra prima definitiva, um disco que foi um divisor de águas. Até o desenho da capa é acachapante. Faz uma salada de ritmos, mesclando rock com psicodelia, dub, acid house, música eletrônica e até coros gospel. Abriu caminho para uma nova vertente que inclui grupos que prosperaram nos anos 90 como o Massive Attack, Portishead e Chemical Brothers. Sob o efeito de drogas lisérgicas, Gillespie e companhia criaram um disco primoroso, onde não há faixas descartáveis. Nos 10 minutos de COME TOGETHER, sob o ritmo de house, ouvimos ao fundo brados panfletários antirracistas do ativista negro Jesse Jackson.

 

226) NICO – THESE DAYS

A artista alemã Christa Paffgen, vulgo Nico, teve seu nome eternamente associado ao lendário VELVET UNDERGROUND & NICO, um dos álbuns mais importantes do rock, ainda que cantasse em apenas 3 faixas. A união do VU com Nico, até então apenas uma atriz (fez até uma ponta em “La Dolce Vita” de Fellini), deveu-se à intervenção de Andy Warhol, que desenhou a capa da banana, tão famosa quanto o disco. Com 6 álbuns, teve uma brilhante carreira solo, interrompida precocemente por um acidente fatal de bicicleta. O 1º deles e o único em que ela não compôs nenhuma música foi CHELSEA GIRL (1967), título do filme de Warhol em que atuou, e também da faixa composta por Lou Reed. Apesar do apoio do pessoal do Velvet e dos elogios da crítica, o resultado frustrou a cantora, que se sentiu preterida da produção e dos arranjos. O astro folk Jackson Browne, então com apenas 16 anos, compôs 3 faixas, dentre as quais THESE DAYS. Os discos avant garde e sombrios de Nico tornaram-se inspiração para os góticos.

 

227) TWISTED SISTER – WE’RE NOT GONNA TAKE IT

Devido à maquiagem e vestes espalhafatosas, a banda americana de hard rock foi associada ao Glam Metal, rótulo por ela rejeitada. Após dois discos com vendas mornas, estouraram com STAY HUNGER (1984) que alcançou 3 milhões de cópias só nos EUA, álbum que traz os dois maiores êxitos, I WANNA ROCK e sobretudo WE’RE NOT GONNA TAKE IT (“Não Vamos Aceitar”) - não confundir com a música homônima do The Who. Trata-se de um manifesto contra a autoridade, tornando-se um hino para adolescentes rebeldes, mensagem reforçada por um clip da MTV. Devido a sua temática, a canção foi usada para fins políticos. Dee Snider, líder do grupo, desautorizou a utilização em eventos da extrema-direita incluindo manifestações contra o uso de máscaras anti-COVID. A respeito, deu uma tuitada: “lembrem-se que a música foi escrita por um travesti, meio judeu que abraça uma árvore e odeia tudo o que vocês representam”.

 

228) A FLOCK OF SEAGULLS – I RAN

Um dos grandes hits das danceterias dos anos 80, I RAN foi o maior êxito do A Flock of Seagulls, presente em seu álbum de estreia (1982). A seguir, veio outro tema de sucesso (inclusive no Brasil), WISHING. Os singles de ambas as canções alcançaram o topo das paradas. A saída logo depois do guitarrista Paul Reynolds devido ao uso de drogas foi um golpe mortal na banda que jamais conseguiu se reerguer. Para piorar, o grupo ‘new romantic’ foi estigmatizado por preconceitos devido a seu visual futurista e figurinos de ficção científica, reforçados pelo extravagante corte de cabelo em forma de cascata de seu fundador e líder, o vocalista Mike Score (que aliás, foi cabelereiro). O deboche foi reforçado por uma citação jocosa de Samuel Jackson no filme Pulp Fiction. Deixando de lado as aparências caricatas, a banda foi uma das mais legais da cena new wave.

 

229) WISHBONE ASH – TIME WAS

Banda inglesa que mistura hard, progressivo e folk rock e teve seu auge nos 70’s, bastante popular entre guitarristas, pela inovação na presença concomitante de dois virtuosos em seu quadro, Andy Powell e Ted Turner, revivendo as peripécias dos lendários Jeff Beck e Jimmy Page à frente dos Yardbirds. A presença de dois guitarristas solo foi característica também nas bandas do ‘southern rock’, Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers. No caso do Wishbone Ash, a escolha das ‘twin guitars’ não foi premeditada, já que nos testes para a definição do titular, não tiveram coragem de abrir mão de nenhum dos 2 aspirantes. O grupo atingiu o ápice com ARGUS (1972), designado como um dos melhores álbuns de hard rock. Steve Harris citou-o como principal referência para o som do Iron Maiden. Com extensas faixas, caso de TIME WAS (10 minutos) que evolui de uma introdução acústica para longos e inspirados solos de guitarra entremeados com serenas vocalizações.

 

230) STRANGLERS – NO MORE HEROES

A banda inglesa, categorizada de início como punk, perdurou às custas de aderir à estética new wave e incorporar sonoridades mais elaboradas. Quem hoje escuta as baladas GOLDEN BROWN e ALWAYS THE SUN dos anos 80, mal consegue conceber tratar-se do mesmo grupo que vociferava impropérios em PEACHES e NO MORE HEROES, da fase em que despontou na cena britânica, meados dos anos 70. Pegando carona no movimento punk, tinha uma postura excessivamente rebelde e iconoclasta que incomodava os críticos. NO MORE HEROES, faixa do álbum homônimo (1977), que enaltece uma atitude de insubmissão, talvez seja a canção que melhor represente o grupo. Quando foi lançada “nos recusamos a dar autógrafos porque estávamos dizendo: não tenha heróis, seja seu próprio herói”, afirma o guitarrista Hugh Cornwell.

 

231) BOB SEGER – AGAINST THE WIND

O cantor, compositor e multi-instrumentista vendeu mais de 70 milhões de discos, concentrados nos EUA (onde é um dos músicos mais populares de todos os tempos) e no Canadá. Suas referências eram o rock de raiz (tipo Elvis e Little Richard) e o ‘heartland rock’ que teve seu auge nas décadas de 70 e 80, tratando de temas afeitos à classe trabalhadora branca do centro-oeste, de músicos como Bruce Springsteen e Tom Petty. Teve intensa colaboração com os integrantes do Eagles. Alcançou maior sucesso a partir da 2ª metade dos 70’s, quando passou a gravar com a Silver Bullet Band de músicos recrutados na área de Detroit, sua cidade-natal. AGAINST THE WIND, talvez sua canção mais conhecida, pertence ao álbum homônimo (1980), o único que, na lista de LPs da Billboard, alcançou a liderança absoluta, onde permaneceu por 6 semanas. Presente na trilha do filme Forest Gump.

 

232) SCREAMING TREES – NEARLY LOST YOU

Quando o grunge despontou, duas bandas explodiram em vendas e prestígio, o Nirvana e o Pearl Jam. Num plano ligeiramente inferior, o Alice in Chains e o Soundgarden.  Inexplicavelmente, o Screaming Trees ficou de fora, e não por ausência de qualidade. Alguns atribuíram o fato à aparência ‘inadequada’ para um grupo bonitinho de rock, já que havia no grupo dois ‘gordos’ (os irmãos Conner, guitarrista e baixista). Seja como for, competência musical não faltava para os pupilos de Mark Lanegan, este por sinal, com sua característica voz áspera, um dos maiores vocalistas de rock de sua geração. Teve uma brilhante carreira solo finalizada abruptamente em 2022 devido à sua morte por COVID aos 57 anos (o baixista Van Conner viria a morrer no ano seguinte). Após 5 álbuns de pequena repercussão, o grupo conseguiu certa projeção com SWEET OBLIVION (1992), beneficiado pela execução da faixa NEARLY LOST YOU no filme “Singles, Vida de Solteiro”.

 

233) HAWKWIND – ORGONE ACCUMULATOR

Banda conhecida por ter abrigado por 4 anos o baixista e vocalista Lemmy Kilmister, futuro fundador do Motörhead, cujo nome aliás proveio de canção composta por ele em seu antigo grupo. Todavia, o Hawkind não é propriamente uma banda de heavy metal. O estilo que melhor define seu som é ‘space rock’, subgênero próximo ao rock progressivo com forte componente psicodélico e uso intensivo de sintetizadores, tendo em alguns momentos semelhança com os álbuns iniciais do Pink Floyd. Outro músico famoso com passagem pelo grupo foi o baterista Ginger Baker (Cream). Porém, o nome mais relevante foi o do guitarrista, tecladista e vocalista David Brock, fundador, líder e único membro permanente. SILVER MACHINE, lançada em single em 1972, foi o maior sucesso, mas o álbum duplo SPACE RITUAL (1973), gravado ao vivo no Liverpool Stadium, é sua verdadeira obra-prima. Destaque para ORGONE ACCUMULATOR, inspirada no psicanalista Wilhelm Reich.

 

234) ALANIS MORISSETTE – YOU OUGHTA NOW

Após 2 discos obscuros, restritos ao mercado canadense, a (então) apenas Alanis, com 21 anos, estourou com o JAGGED LITTLE PILL (1995) que ultrapassou as 30 milhões de cópias, um tremendo sucesso mundial, o 3º de maior vendagem da década! Em grande parte, o êxito se deve ao apoio do compositor e produtor musical Glenn Ballard, com quem firmou parceria, fazendo a transição da ‘música chiclete’ para o rock alternativo. O álbum foi agraciado com uma penca de Grammys e 6 das 12 faixas tornaram-se hits. Com participação de Dave Navarro e Flea (membros do RHCP), o destaque é YOU OUGHTA NOW, faixa que trata de um desabafo a um ex-amor.  A talentosa cantora, compositora, multi-instrumentista e ativista feminista e ambiental, viria a lançar, antes da virada do milênio, um álbum mais sofisticado, SUPOSED FORMER... (1998) que, mesmo vendendo menos, arrancou rasgados elogios.

 

235) MANOWAR – HEART OF STEEL

Eles se autointitulam os guardiões do autêntico metal, sem firulas e suas canções cultuam épicos personagens medievais extraídos da mitologia nórdica. Trata-se do Manowar (corruptela de ‘man of war’), banda que apesar de americana, fez mais sucesso na Europa, com seu som extremamente pesado que lhes deu a fama de a ‘mais barulhenta’ do planeta (com direito a inclusão no Guiness Book of Records), dispondo para tanto dos dotes vocais privilegiados de Eric Adams. Outra façanha foi contar com ninguém menos do que Orson Welles como narrador em duas canções. Afora restrições que se possam fazer a sua postura sexista, vangloriando corpos masculinos musculosos (tipo Conan, o Bárbaro) e a seu discurso belicoso que vez ou outra resvala em patriotismo piegas, é inegável sua competência. HEART OF STEEL é faixa de KINGS OF METAL (1988), o mais conhecido álbum da banda, o último com a formação original.

 

236) MARILYN MANSON – THE BEAUTIFUL PEOPLE

O cantor americano (que também é ator e pintor) é uma das figuras mais bizarras do rock. A começar pelo próprio nome, uma justaposição de Marilyn Monroe, um dos maiores símbolos sexuais do cinema, com Charles Manson, líder de seita e assassino em massa inclusive da atriz Sharon Tate. Sua personalidade controversa invade sua vida pessoal, atribulada com diversas acusações de abuso sexual, apologia a drogas e ligação com organizações satanistas. Sua carreira invade o século XXI mas seus álbuns mais cultuados provêm dos anos 90. Seu cover de SWEET DREAMS conseguiu a façanha de fazer quase tanto sucesso quanto o original dos Eurythmics. Mas sua música de maior sucesso é BEAUTIFUL PEOPLE, faixa de ANTICHRIST SUPERSTAR (1996), álbum produzido por Trent Reznor do NIN, um mix de rock industrial e heavy metal.

 

237) MAHAVISHNU ORCHESTRA – BIRDS OF FIRE

O guitarrista britânico John McLaughlin, além da profícua carreira solo (incluindo parcerias com Santana, Al di Meola e Paco de Lucia), foi líder de duas bandas de vital importância para o jazz-rock: o grupo Shakti e a Mahavishnu Orchestra. O Shakti, em atividade de 1973 a 1978 (que trazia o virtuoso violinista L Shankar), foi uma das precursoras da world music, combinando música indiana e jazz. A Mahavishnu Orchestra nascida antes, na cidade em NY, tinha a proposta de fundir jazz, blues, música erudita e rock com um toque oriental. Passaram pela banda fusion cobrões como Billy Cobham, Jan Hammer, Jerry Goodman e Jean Luc Ponty, dentre outros. O álbum mais conhecido, BIRDS OF FIRE (1972), traz 10 composições de McLaughlin, inclusive a faixa homônima. Há também MILES BEYOND, dedicada a Miles Davis com quem havia trabalhado (retribuindo a presença no badalado álbum BITCHES BREW do trompetista da faixa ‘JOHN MCLAUGHLIN’).

 

238) PAVEMENT – HARNESS YOUR HOPES

Essa banda californiana é uma típica representante do indie rock que, a partir do fim dos anos 80, em paralelo ao grunge, difundiu-se pelos EUA repercutido nas rádios universitárias e no circuito underground perante a juventude predominantemente branca, influenciada pelo punk e pelos tempos áureos do rock. Com a onipresença preponderante de guitarras elétricas, releva e até busca a imperfeição na produção (categorizada como ‘lo-fi’ ou ‘slacker rock’). Liderada pelo vocalista e guitarrista Stephen Malkmus (que também manteve uma carreira solo), o Pavement, durante os 90’s, gravou 5 cultuados álbuns e muitos EPs, sempre por gravadoras independentes. HARNESS YOUR HOPES teve uma trajetória curiosa. De início, deixada de lado na seleção para o álbum BRIGHTEN THE CORNERS (1997), acabou como lado B de um EP. Sem que saiba por quê, ganhou popularidade com o tempo e tornou-se a preferida dos fãs.

 

239) FAITH NO MORE – EPIC

Essa banda californiana que faz uma salada de diversos estilos, rock, heavy, punk, funk, hip hop é muito querida no Brasil, onde suas apresentações foram bastante concorridas. Seus álbuns mais relevantes foram THE REAL THING (1989) e ANGEL DUST (1992). O primeiro deles marca o início do sucesso internacional, quando a banda trocou de vocalista, com a entrada de Mike Patton (provindo do grupo de rock experimental Mr. Bungle). Desse álbum, a faixa EPIC, uma das mais populares do FNM, classificada como um rap metal, lembrando o estilo do Red Hot Chili Peppers com quem, aliás, tinham rixa. O grupo viria se dissolver em 1998, mas se reuniu em 2015 para a gravação do álbum SOL INVICTUS.

 

240) BREAD – IF

Campeã absoluta de soft rock, essa banda de Los Angeles liderada pelos vocalistas e multi-instrumentistas David Gates e Jimmy Giffen emplacou inúmeras canções entre as mais executadas no rádio no início dos anos 70, quando viveram o auge. Quem não lembra de IF, EVERYTHING I OWN, AUBREY, BABY I´M-A WANT YOU, GUITAR MAN? Após isso, as desavenças entre os membros começaram a aflorar e o grupo não conseguiu mais reeditar grandes sucessos até a separação em 1977. IF é do 3º álbum, MANNA (1971). Não confundir com as músicas homônimas do Pink Floyd, do Red Hot Chili Peppers, do Cult e da Janet Jackson. A coletânea BEST OF BREAD que reúne os maiores hits até 1972 alcançou sucesso absoluto. Uma reedição posterior incluiu os hits subsequentes que até então apareciam na coletânea BEST OF BREAD vol 2.

 

 

 

Confira os 100 maiores rocks:

http://oquedemimsoueu.blogspot.com/2020/06/os-100-maiores-rocks-do-seculo-xx-1a.html

Confira os 200 maiores rocks:

https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2021/12/os-200-maiores-rocks-do-seculo-xx-6.html

Confira os 300 maiores rocks

https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2024/07/os-300-maiores-rocks-do-seculo-xx-11.html

quinta-feira, 11 de julho de 2024

OS 300 MAIORES ROCKS DO SÉCULO XX (11ª PARTE)

Essa é uma extensão do artigo principal OS 200 MAIORES ROCKS DO SÉCULO XX.

A pedidos, estendemos a listagem dos maiores nomes do rock para 300 itens, mantendo os mesmos critérios que nortearam as relações anteriores, ou seja: apenas canções do período de 1963 a 2000, cada intérprete tendo direito a apenas uma canção.

Segue a primeira das 5 partes:

 

201) TINA TURNER – THE BEST

A cantora americana tornou-se referência na luta de uma mulher negra contra a opressão. Teve que se submeter a uma relação de exploração indescritível com seu marido Ike com quem, por outro lado, formou uma parceria de sucesso (quem não lembra da cativante interpretação pela dupla de PROUD MARY?). Assim que obteve o divórcio, Tina deslanchou carreira solo, alcançando a cifra de 100 milhões de discos. Muito querida no Brasil, reuniu no Maracanã um público superior ao do Fla x Flu. Seu maior sucesso, THE BEST (com solo de sax de Edgar Winter), é faixa do álbum FOREIGN AFFAIR (1989). Curiosamente, o disco teve vendas mornas em sua terra natal (não passou do 30º lugar), mas fez grande sucesso no exterior, alcançando a posição top em diversos países. THE BEST era originalmente do repertório de Bonnie Tyler que a gravara um ano antes, porém com repercussão bem mais modesta. Da letra foi retirada a expressão SIMPLY THE BEST que nomeou uma coletânea de hits (1991), também campeã de vendas.

 

202) ERIC BURDON – SPILL THE WINE

A bem da verdade, essa música deveria ser creditada a Eric Burdon & The War já que foi resultado da união do vocalista britânico com o grupo californiano a partir dos anos 70. Eric fora vocalista dos Animals (com repertório calcado em rock e blues) com seu vozeirão facilmente identificado na famosíssima versão do clássico THE HOUSE OF THE RISING SUN (1964). Após a desintegração da banda, residindo em San Francisco, Eric juntou-se ao grupo de funk War. SPILL THE WINE consta no álbum ERIC BURDON DECLARES WAR (1970), primeiro dos dois trabalhos, frutos da parceria. A insólita canção é na maior parte ‘falada’ (ou melhor, ‘devaneada’) por Eric, com a presença de uma insinuante flauta e uma garota ao fundo tagarelando em espanhol, tudo naturalmente, regado a vinho. Apesar de a autoria ser certificada ao grupo, consta que a composição tenha sido apenas de Eric, uma ‘homenagem ao velho México’.

 

203) BILLY IDOL – EYES WITHOUT A FACE

Ex-integrante do grupo Generation X, o cantor e compositor inglês William Broad, mais conhecido como Billy Idol, egresso do movimento punk, conquistou o mundo com um tema romântico. Sua composição EYES WITHOUT A FACE, a mais baladeira do segundo álbum solo, REBEL YELL (1983), até hoje é habitué das FM’s. O título, extraído do homônimo filme de horror francês (“Les Yeux Sans Visage”) em que um cirurgião comete assassinatos para enxertar traços faciais das vítimas no rosto desfigurado da amada filha acidentada. Nas mãos de Billy, o macabro enredo ganhou ares mais afáveis, apenas um amor desfeito. A face roqueira, porém, se sobreleva quando, ao final, o clima de lirismo é quebrado pela vigorosa guitarra do colaborador Steve Stevens.

 

204) JONI MITCHELL – A CASE OF YOU

Roberta Joan (‘Joni’) Mitchell é unanimemente considerada uma das principais vozes femininas do século XX, além de uma exímia guitarrista e poetisa focada em temas sociais e ambientais, uma espécie de Dylan de saias. Pintora de mão cheia, desenhou grande parte das capas de seus álbuns, aliás também por ela produzidos.  Flertou com o jazz, trabalhando com nomes como Jaco Pastorius, Charles Mingus, Wayne Shorter e Herbie Hancock. Mas seu gênero prevalecente é o folk-rock com melodias introspectivas que embalaram a geração Woodstock (aliás, homenageado em uma de suas canções). BLUE (1971), atingindo a marca de um milhão, é também o álbum mais cultuado da cantora canadense, citado recorrentemente nas listas de melhores de todos os tempos. Destaque para a faixa A CASE OF YOU (James Taylor nas guitarras), inspirada em seu relacionamento com Graham Nash. A canção, presente na trilha do filme “Da Magia à Sedução”, foi gravada por Prince, Tori Amos, kd Lang e Diana Krall.

 

205) JOURNEY – DON´T STOP BELIEVIN’

O AOR (Adults Oriented Rock) e um estilo musical estritamente norte-americano que mescla ingredientes de hard rock e progressivo e visa atingir sucesso comercial com execução em rádios. Assim como o Survivor, o Foreigner e o Boston, o Journey é um expoente típico do gênero. A banda californiana vendeu dezenas de milhões de discos, sendo que, a cada dois comercializados nos EUA corresponde um para o resto do mundo. Seu período áureo coincide com a permanência do potente vocalista Steve Perry à frente, 1979 a 1987, sobressaindo-se os álbuns ESCAPE (1981) e FRONTIERS (1983). O primeiro, o mais bem sucedido, trouxe o megassucesso DON´T STOP BELIEVIN'. Esta power ballad coleciona recordes de execução e downloads. A revista Forbes, voltada para executivos, elegeu-a a canção a mais importante de todos os tempos, em grande parte devido a sua letra motivacional.

 

206) TRIUMVIRAT – A DAY IN THE LIFE

O grupo é frequentemente chamado de Emerson, Lake & Palmer germânico devido à influência do virtuoso tecladista Keith Emerson sobre Jürgen Fritz, um dos pilares da trinca de fundadores (que deu origem ao nome da banda). De fato, começaram tocando músicas do EL&P e do The Nice (grupo anterior de Emerson) até desenvolver um estilo próprio. O segundo álbum, ILLUSIONS ON A DOUBLE DIMPLE (1974), é o preferido dos fãs, sendo frequentemente apontado como um dos principais trabalhos de rock progressivo. Na sequência, SPARTACUS (1975) e OLD LOVES DIE HARD (1976) completando a ‘trilogia do rato’, pelo fato de os três conterem o roedor na capa (aliás, o último apresenta versões distintas da capa para a América e para a Europa). Desse álbum, destaca-se a faixa A DAY IN THE LIFE (não confundir com a música homônima dos Beatles), uma maravilhosa suíte de 9 minutos em que Fritz revela toda a sua versatilidade.

 

207) ELVIS PRESLEY – SUSPICIOUS MINDS

Como a presente seleção refere-se ao período 1963/2000, ficou de fora a fase mais ‘rock n’roll’ de Elvis que inclui temas inolvidáveis como BLUE SUEDE SHOES, JAILHOUSE ROCK, HOUND DOG, HEARTBREAK HOTEL, IT’S NOW OR NEVER, KISS ME QUICK, ALL SHOOK UP, DON´T BE CRUEL, BURNING LOVE, CAN´T HELP FALLING IN LOVE, que ajudaram a fazer do cantor americano, ao lado dos Beatles, o maior vendedor de discos de todos os tempos (fala-se em 1,5 bilhão de unidades). Todavia, houve pelo menos três temas da fase mais recente que não podem ser relegados: SUSPICIOUS MINDS (1969), IN THE GHETTO (1969) e ALWAYS ON MY MIND (1972). SUSPICIOUS MINDS foi seu último single a atingir o posto 1 da Billboard, antes de sua morte. A canção de autoria de Mark James (das 700 canções que interpretou, Elvis não compôs nenhuma) trouxe o astro ao topo das paradas.

 

208) CARLY SIMON – NOBODY DOES IT BETTER

O álbum NO SECRETS (1972) foi de longe o de maior êxito na carreira da cantora, puxado pelo hit YOU’RE SO VAIN, que por semanas também liderou as paradas de singles de vários países. A ficha técnica da canção revela no piano, Klaus Voormann (o “quinto Beatle”), na bateria Jim Gordon (do grupo Derek and Dominos) e nos backing vocals ninguém menos do que Mick Jagger (não creditado). O outro grande hit da cantora novaiorquina é NOBODY DOES IT BETTER, único sucesso de Carly não composto por ela, mas feito de encomenda para ressaltar o desempenho sexual de James Bond, constituindo-se no tema musical principal do filme “The Spy Who Loved Me” (“O Espião que me Amava”). A canção também não integra nenhum álbum de carreira de Carly, tendo saído apenas em single e coletâneas, uma delas inclusive nomeando o álbum (com subtítulo de THE VERY BEST OF CARLY SIMON). Thom Yorke, líder do Radiohead (que fez um cover da canção), considera-a “a música mais sexy já escrita”.

 

209) ULTRAVOX – VIENNA

O grupo britânico nascido em 1977 teve seu momento de glória com a entrada de Midge Ure. O músico e vocalista que havia passado pela banda hard rock Thin Lizzy (sucedendo Gary Moore) e pela banda new romantic Visage, substituiu o então líder John Fox que partiu para a carreira solo. Midge conseguiu revitalizar a banda acéfala e já no seu primeiro trabalho, fez com que alcançasse grande sucesso graças ao álbum VIENNA (1980), puxado pela faixa homônima. A canção viria a se tornar um marco no gênero synth pop, tornando-se a marca registrada do grupo. O single alcançou o pico das paradas de vários países da Europa, ainda que tivesse uma estrutura lenta calcada sobre o piano seguido de um baixo, inspirado em composições eruditas, não apropriado para danceterias.

 

210) BRIAN ENO & DAVID BYRNE – MEA CULPA

Dois músicos ingleses oriundos de grupos de rock produziram em conjunto um dos discos mais instigantes do século XX. David Byrne, que não experimentara qualquer atividade relevante fora dos Talking Heads, uniu-se a Brian Eno que, ao contrário, desde que abandonara o Roxy Music, exercia experimentações na área da ambient music e música minimalista, com trabalhos colaborativos ao lado de músicos vanguardistas como Robert Fripp, John Cale, Harold Budd e Jon Hassell, além de ter produzido discos de expoentes do rock como Bowie, U2 e Coldplay. O resultado da união foi o álbum MY LIFE IN THE BUSH OF GHOSTS (1981). O disco que tem participação de Fripp e Bill Lasswell, mescla ritmos africanos e árabes com eletrônica, sendo pioneiro na utilização de samples e world music. Em MEA CULPA, as letras cantadas são substituídas por vozes aleatórias e fragmentadas com efeito hipnótico. A faixa foi utilizada no filme WALL STREET.

 

211) SMALL FACES – TIN SOLDIER

Assim como The Who, os Small Faces era um típico representante de cultura mod que antecedeu o movimento hippie na Inglaterra. Tiveram bastante popularidade na ilha em meados dos anos 60. O álbum conceitual OGDEN´S NUT GONE FLAKE (1968), um dos marcos da psicodelia, é considerado seu projeto mais ambicioso e inovador, a começar pela inusitada embalagem circular metalizada. A canção TIN SOLDIER (lançada em single em 1967) foi, todavia, a mais aclamada pelos roqueiros, tendo sido regravada, dentre outros, por Quiet Riot, Uriah Heep, Scorpions, Guess Who e Paul Weller. Até o músico argentino Charly Garcia fez uma versão (‘Soldado de Lata’) para o espanhol.  Com a dissolução do grupo, o guitarrista e vocalista Steve Marriott partiu para fundar o Humble Pie e os demais integrantes migraram para os novos Faces, que receberam dois nomes de peso: Rod Stewart e Ron Wood.

 

212) CAMEL – LADY FANTASY

Ainda que não seja um habitué das paradas, o Camel tem prestígio incomum entre os apreciadores de rock progressivo. A banda britânica, fortemente influenciada pelo Emerson Lake & Palmer e King Crimson, era conhecida por suas composições complexas e longos solos instrumentais. A fase de ouro ocorreu entre 1974 e 1976, correspondendo aos álbuns MIRAGE, SNOW GOOSE e MOONMADNESS, quando contava com sua formação clássica, sobressaindo-se Andrew Latimer (guitarra, flauta e vocal) e Peter Bardens (teclados). A capa de MIRAGE(1974) era idêntica à do maço de cigarros Camel (fruto de um acordo comercial com o fabricante), o que provocou a ira do movimento antitabagista e boicote aos álbuns da banda. A faixa LADY FANTASY que fecha o disco é predominantemente instrumental, alternando, em seus 13 minutos, trechos rápidos e furiosos com outros lentos e suaves.

 

213) SISTERS OF MERCY – MARIAN

As “Irmãs da Misericórdia”, uma das bandas mais representativas do rock gótico, adotaram o nome de uma canção de Leonard Cohen. O Sisters viria a gravar apenas três álbuns de estúdio, sempre comandado pelo vocalista Andrew Eldritch, reconhecido por sua voz cavernosa ímpar. Três canções se destacam no repertório, uma de cada álbum: LUCRETIA (de FLOODLAND), TEMPLE OF LOVE (lançada originalmente em single e regravada com a participação da cantora israelense Ofra Haza para VISION THING) e MARIAN do álbum de estreia, FIRST AND LAST AND ALWAYS (1985), o único que traz a formação original. Brigas internas levaram dois membros a sair e formar THE MISSION, com existência muito mais longeva. Um dos dissidentes, o guitarrista, Wayne Hussey (que aliás, mudou-se para São Paulo), foi o compositor da canção e Andrew o autor da letra.

 

214) BACHMAN TURNER OVERDRIVE – YOU AIN´T SEE NOTHING YET

Banda canadense batizada com o sobrenome de seus membros:  Bachman derivada dos irmãos Randy, Tim e Robbie (sendo o primeiro provindo do Guess Who) mais Turner (Fred). O ‘Overdrive’ foi acrescentado a partir do título de uma revista. Após um álbum de estreia com baixa repercussão, o BTO emplacou em cada um dos 3 discos seguintes, 3 hits (inclusive no Brasil): TAKIN’ CARE YOU BUSINESS, YOU AIN´T SEE NOTHING YET e HEY YOU, a segunda presente no álbum NOT FRAGILE (1974), título que, ao que se supôs, ironizava o do famoso disco do Yes, FRAGILE. Curiosamente, a canção foi incluída como intrusa já que as outras faixas já estavam definidas. Ao apresentar a música, Randy interpretou-a com a peculiar gagueira (bbb-baby) que nasceu de uma brincadeira quando concebida.  Acabou tornando-se o charme da música e, em grande parte, responsável pelo seu sucesso.

 

215) SIGUR RÓS – SVEFV-G-ENGLAR

A deslumbrante ISLÂNDIA dos vulcões, dos gêiseres, da aurora boreal e da Björk nos presenteou, nos estertores do século XX, com essa banda tão exótica quanto o país das palavras impronunciáveis. SIGUR RÓS comandado pelo guitarrista/vocalista Jónsi, cantando em islandês e com canções que remetem ao minimalismo e ao new age (algo que se convencionou chamar de post-rock) alcançou improvável sucesso no universo pop, deslumbrando a crítica que elegeu ÁGAETIS BYRJUN um dos melhores álbuns de 1999. Arrancou elogios de nomes de relevo como Radiohead, Coldplay e David Bowie, aportando também em trilhas de filmes badalados como “Vanilla Sky” e “A Vida Aquática de Steve Szissou” de Wes Anderson. Na Islândia vendeu 10 mil cópias, nada desprezível para um país de 300 mil habitantes. Mas sua fama se espalhou pelo mundo, até no Brasil, com apresentações lotadas e criaram um público fiel. O referido álbum (SVEFV-G-ENGLAR, a faixa mais badalada), tornou-se relíquia.

 

216) DAMNED – ELOISE

Embora sem grande projeção, a pioneira banda punk inglesa sempre foi bastante respeitada e, afora alguns intervalos, manteve-se sempre ativa. A música que, no início, melhor representou o grupo foi NEW ROSE, presente em seu álbum de estreia DAMNED DAMNED DAMNED (1977). Originalmente lançada em single, trouxe do lado B uma versão escrachada de HELP dos Beatles. Mais tarde, embarcou na linha gótica no álbum PHANTASMAGORIA (1985), cuja bela capa traz a modelo Susie Bick (que foi esposa de Nick Cave) com um véu em frente a um cemitério. Esse álbum, o mais vendido do grupo, traz como faixa bônus o cover de ELOISE, canção sessentista que havia alcançado sucesso mundo afora (inclusive no Brasil) na voz melodramática de Barry Ryan. A versão em single do Damned reeditou o sucesso, sobretudo na Grã Bretanha.

 

217) MANFRED MANN – MIGHTY QUINN

Sofisticada banda inglesa de rock com ingredientes de jazz, blues e R&B, atuante nos anos 60, que recebeu o nome de seu líder e tecladista, o sul-africano Manfred Mann. Nos anos 70, ele lideraria a igualmente relevante Manfred Mann´s Earth Band. Passaram pelo grupo nomes de relevo como o multi-instrumentista Klaus Voormann (que teve intensa participação no trabalho dos Beatles) e o baixista Jack Bruce (entre a fase que integrou o John Mayall & Bluesbreakers e seu ingresso no Cream). Gravaram diversas composições de Bob Dylan, a mais famosa, MIGHTY QUINN. O tema folk de 1967, foi lançado em single com ineditismo pelo MM chegando às paradas do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Recebeu covers do Grateful Dead, The Hollies e Leon Russell. O álbum que a contém, MIGHTY GARVEY, foi lançado na América como MIGHTY QUINN com outra capa.

 

218) BAD COMPANY – CAN´T GET ENOUGH

Supergrupo britânico de hard rock, com dois integrantes, o vocalista Paul Rodgers e o baterista Simon Kirke, provindo do histórico Free (do hit ALL RIGHT NOW). O guitarrista Mick Ralphs e o baixista Boz Burrell procederam respectivamente do Mott the Hoople e do King Crimson. O álbum de estreia, autotitulado (1974,) galgou as primeiras posições nos EUA e na Europa, puxado pelo hit que dá nome ao disco (e ao grupo) e pela faixa CAN’T GET ENOUGH, talvez sua música mais conhecida até hoje. A versão em single foi reduzida para alcançar divulgação em rádios. O grupo teve outros álbuns bem sucedidos até que, em 1982, Paul Rodgers, a maior estrela, saiu para formar ao lado de Jimmy Page (ex-Led Zeppelin) The Firm. Com novo vocalista, a banda, mudou o estilo, porém sem obter o mesmo êxito.

 

219) TOMMY JAMES & SHONDELLS – CRIMSON AND CLOVER

Quem vivenciou os anos 60, certamente se recorda desse grupo americano que conquistou as rádios, inicialmente com HANKY PANK (1966) e depois MONY MONY (1968). Ficaram então associados à ‘bubblegum music’ (música chiclete), um subgênero musical voltado para o público pré-adolescente com canções descartáveis e letras banais, sem grandes pretensões artísticas. O álbum CRIMSON AND CLOVER (1969) marca uma reação ao estereótipo, ajustando o som do grupo ao psicodelismo. A canção homônima, famosa pelos efeitos de vocal tremulantes, acabou alcançando grande projeção (inclusive no Brasil). A versão do LP acresceu overdubs com solos de guitarra que estenderam a música em 2 minutos em relação à do single. O álbum trouxe outra faixa conhecida, CRYSTAL BLUE PERSUASION

 

220) SEPULTURA – RATAMAHATTA

A banda brasileira, cantando em inglês, com um repertório calcado no thrash metal, ganhou o status de banda internacional. O grupo criado em BH pelos irmãos Max e Igor Cavalera, ainda que detenha um respeitável séquito de fãs ‘intramuros’, tem o grosso de seu público no exterior. No entanto, o álbum ROOTS (1996), o mais importante do grupo, sucesso absoluto de vendas (e o último a contar com a presença de Max), deixa claro, a partir do título, os vínculos com suas origens. A faixa ITSÁRI teve até a presença de índios xavantes. Desse álbum, destaque para RATAMAHATTA, composta em parceria com Carlinhos Brown, com instrumentos de percussão como o berimbau, sons tribais e um sensacional videoclipe de apoio.

 


Confira os 100 maiores rocks:

http://oquedemimsoueu.blogspot.com/2020/06/os-100-maiores-rocks-do-seculo-xx-1a.html

Confira os 200 maiores rocks:

https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2021/12/os-200-maiores-rocks-do-seculo-xx-6.html