Segue a quinta e última parte da
lista das 100 maiores músicas brasileiras do século XX:
Maior sucesso de Marina (antes de agregar o Lima ao nome artístico),
composição própria com seu irmão, o filósofo, escritor, crítico literário,
membro da ABL e assíduo parceiro Antônio Cícero. A canção figura no álbum
homônimo (1984), também o de maior êxito da cantora carioca, inclusive junto à
crítica. O disco traz mais três temas conhecidos: ME CHAMA de Lobão, MESMO QUE
SEJA EU de Roberto e Erasmo e VENENO de Nélson Motta. FULLGÁS, ainda que
dançante, tem uma letra notável que correlaciona o conceito ‘fugaz’ com o termo
inglês ‘full gas’ (cheio de gás) que, embora conflituosos, podem no amor, levar
à plenitude da relação: “você me abre seus braços e a gente faz um país”.
Regravada dentre outros por Lulu Santos, Simone, Fernanda Abreu, Ivete Sangalo,
Emílio Santiago e Fábio Jr.
82) ELZA SOARES – SE ACASO VOCÊ
CHEGASSE
Esse samba de Lupicínio Rodrigues da década de 30 (parceria com
Felisberto Martins), gravado à época com sucesso por Cyro Monteiro, voltou a
ganhar brilho mais de 20 anos depois com a singular releitura de Elza Soares no
álbum batizado com o nome da canção (1960), tornando-se um dos mais
representativos da sua carreira. O álbum traz outro grande sucesso, MULATA
ASSANHADA de Ataulfo Alves. Tais canções consagraram o modo peculiar de cantar
de Elza, análogo à técnica jazzística chamada de ‘scat’, celebrizada por Louis
Armstrong e Ella Fitzgerald, em que os floreios vocais são usados como um instrumento.
Porém, no caso de sambista carioca, o recurso surgiu espontaneamente, lançando
mão de sua voz rouca. A artista foi ‘descoberta’ pelas novas gerações a partir
do famoso dueto com Caetano em LÍNGUA do álbum VELÔ (1984), sendo entronada no
altar da MPB.
83) LEGIÃO URBANA – QUE PAÍS É ESSE
Essa canção, utilizada em atos políticos promovidos por partidários das
mais diversas correntes, tornou-se um hino. Foi a música nacional mais executada
em 1987, ano em que foi lançada no álbum homônimo, o terceiro do Legião, o qual
também traz a quilométrica FAROESTE CABOCLO, uma saga de 9 minutos que
subverteu os padrões radiofônicos. QUE PAÍS É ESSE foi composta por Renato
Russo antes do surgimento do Legião no começo dos 80’s mas tristemente continua
atual com seus versos “ninguém respeita a Constituição mas todos acreditam no
futuro da Nação”. A canção sobressai-se em meio a dezenas de hits do conjunto,
o segundo que mais vendeu discos no país (atrás apenas dos pagodeiros do Raça
Negra). Regravaram Paralamas, Capital Inicial e CPM-22.
84) ÂNGELA MARIA – GENTE HUMILDE
GENTE HUMILDE foi composta, sob a forma de choro, pelo violonista Aníbal
Augusto Sardinha, conhecido como Garoto, na primeira metade do século. Baden
Powell ‘descobriu-a’ e levou-a para Vinícius de Moraes que se apaixonou pela melodia,
colocando-lhe, com a ajuda de Chico Buarque, uma letra. Esta, segundo consta,
procurou ser fiel à original concepção de Garoto que, ao visitar um subúrbio do
Rio de Janeiro, encantou-se com as pessoas que levavam uma vida modesta porém
digna e feliz, homenageando-as com o tema. A canção entrou no álbum CHICO
BUARQUE DE HOLLANDA Nº 4 de 1970 (gravado parcialmente na Itália, quando o
compositor carioca se encontrava em exílio), sendo no mesmo ano registrada por
Ângela Maria no álbum ÂNGELA DE TODOS OS TEMAS, sendo essa a versão que a
consagrou definitivamente. Recebeu
inúmeras outras interpretações, dentre as quais, destacam-se Baden, Paulinho
Nogueira, Toquinho, Paulo Bellinati, Radamés Gnatalli, Taiguara, Bethânia,
Márcia, Miúcha, Moraes Moreira, Jair Rodrigues, Nelson Gonçalves, Agostinho dos
Santos, Sílvio Caldas, Altemar Dutra, Chitãozinho & Xororó, Quarteto em Cy,
Luiz Melodia, Ana Carolina, Renato Russo, Francisco José e Mercedes Sosa.
85) ZIZI POSSI – O CIRCO MÍSTICO
Chico Buarque assina algumas das melhores trilhas de espetáculos teatrais
musicais como Gota d’Água, Ópera do Malandro e Calabar, o Elogio da Traição. Em
O Grande Circo Místico, o compositor carioca se superou. De autoria de Chico em
parceria com Edu, a trilha é irretocável. Tanto que foi mantida na transposição
para o cinema sob a direção de Cacá Diegues. O enredo narra a saga de uma
família austríaca, dona de um circo por cinco gerações, onde brota um
improvável romance entre um aristocrata e uma acrobata. As músicas são
interpretadas originalmente por Chico & Edu, Milton Nascimento, Gil, Tim
Maia, Gal, Jane Duboc, Simone e Zizi Possi a qual ficou com a canção-tema, uma
das mais tocantes da trilha, registrada em álbum pela Som Livre (1983), nunca
tendo sido gravada por Chico. Zizi gravou-a também com outro arranjo em seu
álbum PRA SEMPRE E MAIS UM DIA do mesmo ano. Regravaram Edu Lobo (álbum MEIA
NOITE), Elba Ramalho e Vânia Bastos.
86) TONINHO HORTA – MANUEL O AUDAZ
Essa famosa canção de Toninho Horta foi gravada pela primeira vez pelo autor
num pouco conhecido álbum partilhado com outros três músicos, Beto Guedes,
Danilo Caymmi e Novelli, lançado pela Odeon no rastro do sucesso de CLUBE DA
ESQUINA, reunindo músicos que direta ou indiretamente tivessem relação com o
movimento musical. Mas tornou-se conhecida quando Toninho regravou-a em seu
álbum de 1980, ao lado de Lô Borges com o ilustre acompanhamento de Pat
Metheny. A composição, parceria com Fernando Brant, foi feita em homenagem a um
jeep batizado como Manuel (referência ao personagem Manuelzão de Grande Sertão
Veredas de Guimarães Rosa, famoso por sua sabedoria e respeito à natureza) que
levava o grupo de companheiros musicais pelas estradas precárias do interior de
Minas. No mesmo ano, Jane Duboc gravou-a em seu celebrado álbum LANGUIDEZ.
87) RENATO TEIXEIRA – ROMARIA
Ainda que tenha nascido em Santos, litoral de SP, cursado Engenharia no
prestigioso ITA, começado sua vida profissional produzindo jingles
publicitários e tido uma formação urbana típica de classe média, Renato Teixeira
abraçou por opção a autêntica música caipira a que se dedicou. Foi através de
ROMARIA, inserida no álbum de 1977 de Elis Regina, que seu nome se tornou
nacionalmente conhecido. Renato também a registrou no álbum homônimo de 1978. A
canção quebrou o preconceito contra esse gênero, visto dentro do contexto
musical brasileiro como banal. O próprio público de Elis estranhou a
iniciativa, acostumado com um repertório que privilegiava outra linha de
composições. ROMARIA trata do homem simples do interior e a religiosidade do
romeiro e sua devoção à Nossa Senhora de Aparecida e sua perspectiva em
conseguir melhorar sua vida sofrida através da fé. A letra, sem fugir desse
universo, expresso com palavras simples, carrega uma poesia comovente: “Me
disseram, porém, que eu viesse aqui pra pedir de romaria e prece paz nos
desaventos. Como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar”. A música
recebeu infindáveis versões, como as de Maria Rita, Bethânia, Alcione (com
Victor & Leo), Fafá de Belém, Zé Ramalho, Passoca, Inezita Barroso, Fábio
Jr, Jessé, Sérgio Reis, Daniel, João Mineiro & Marciano, Pena Branca &
Xavantinho, Rosa de Saron e Padre Fábio de Mello.
88) DÓRIS MONTEIRO - É ISSO AÍ
Não, a canção a que nos referimos não é a manjada versão homônima de Damien
Rice gravada por Ana Carolina e Seu Jorge, uma das campeãs de execução em rádio
em 2006. Trata-se de um delicado samba composto por Sidney Miller especialmente
para Dóris Monteiro que o registrou em seu álbum DORIS de 1971, um dos mais afamados
da cantora. Tornou-se uma das conhecidas composições de Miller que, em sua
breve existência (morreu aos 35 anos), destacou-se por suas elaboradas letras
como em A ESTRADA E O VIOLEIRO, que no concorrido Festival de MPB de 1967 da
Record faturou o prêmio de melhor letra. São de sua autoria também a cantiga de
roda O CIRCO (Nara Leão) e a contestatória POIS É PRA QUÊ? (MPB-4). É ISSO AÍ foi
também regravada por Joyce Moreno, Casuarina e Paula Lima que inclusive nomeou
com esse título seu primeiro álbum, de 2001, num ritmo dançante, sucesso das pistas.
89) SÉRGIO SAMPAIO – EU QUERO É BOTAR
MEU BLOCO NA RUA
90) NEY MATOGROSSO – NÃO EXISTE
PECADO AO SUL DO EQUADOR
91) LUIZ VIEIRA – PRELÚDIO PRA NINAR
GENTE GRANDE
O pernambucano Luiz Vieira deixou algumas canções que se tornaram
imortais como: PAZ DO MEU AMOR - PRELÚDIO Nº 2 (sucesso na voz de Taiguara e de
Hebe Camargo), MENINO DE BRAÇANÃ (regravado dentre outros por Zizi Possi, Rita
Lee e Nara Leão), NA ASA DO VENTO em parceria com João do Vale (revelada por
Caetano Veloso) e PRELÚDIO PRA NINAR GENTE GRANDE, também conhecida como MENINO
PASSARINHO (“sou menino passarinho com vontade de voar”). Diz-se que a canção
surgiu em função das inúmeras viagens aéreas que o cantador fazia por conta de
compromissos que tinha como radialista e apresentador de TV em várias capitais
do país. A música foi lançada originalmente em 78 rotações (1962) e depois em
compacto pela gravadora Copacabana. Mas pode ser encontrada no álbum O MELHOR
DE LUIZ VIEIRA. A canção foi regravada por Fagner, Ângela Maria, Hebe Camargo,
Sílvio César, Agnaldo Rayol, Agnaldo Timóteo, Waldir Azevedo e Márcio Greick.
92) EDNARDO – PAVÃO MYSTERIOZO
Houve um tempo que a Globo usava seu poder televisivo para promover a boa
música brasileira. Um exemplo é essa canção de Ednardo que, graças à inserção
como tema de abertura da novela Saramandaia, tornou-se o maior sucesso da
carreira do artista cearense, dois anos após entrar, sem repercussão, em seu
álbum de 1974, O ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO. Ednardo inspirou-se para compô-la
em um clássico da literatura de cordel do início do século XX, num
difundido folheto de José Camelo Resende que trata de uma bela donzela presa
por seu pai no alto de uma torre, resgatada através de um pavão mecânico. Essa
história de heroísmo serviu como alegoria sobre a situação repressiva do país,
onde a donzela representaria a liberdade, reclusa e fora do alcance do povo mas
que seria liberta pelos aventureiros que criam ‘asas’, ao contrário dos vilões:
“Eles são muitos mas não podem voar”. O realismo fantástico da novela de Dias
Gomes propiciou a idealização dessas figuras míticas. A música começa com um ritmo
nordestino para desembocar em hipnotizantes tambores que remetem a rituais
indígenas, tendo sido apropriada pelos índios do Xingu. Regravaram a música Ney
Matogrosso, Elba, Oswaldo Montenegro, Fernanda Takai, Cláudio Lins, o grupo
Rastapé e a orquestra de Paul Mauriat.
93) PAULINHO NOGUEIRA – SIMPLESMENTE
Como expoente da música instrumental, o nome de Paulinho Nogueira aparece
mais frequentemente referenciado pelos mestres de violão do que pelo público em
geral. Pode ser identificado pelas sua famosa BACHIANINHA Nº 1, também conhecida
na interpretação de Toquinho (seu fiel discípulo), tendo sido por ele composta
em homenagem a Johann Sebastian Bach, seu maior ídolo. Dentre suas
contribuições para a música, está também a craviola, instrumento musical por
ele inventado. MENINA, lançada em compacto, foi sua canção mais popular, tendo
alcançado as paradas de sucesso. Morreu em 2003, tendo mais de 20 LPs registrados
por diversos selos e apenas seus últimos trabalhos saíram em CD. Não é o caso
de SIMPLESMENTE (1974), álbum lançado pela Continental com arranjo e regência
de Nélson Ayres que, além da BACHIANINHA Nº 1, traz a linda canção que dá nome
ao álbum. Com o subtítulo de O BEM VERDADEIRO, SIMPLESMENTE tem um toque de
bossa nova e uma letra inspiradora que motiva a auto-aceitação frente às interferências
da sociedade. Foi regravada por Lula Barbosa, Carlos José, Roberto Riberti,
Trovadores Urbanos e pelo próprio Paulinho no álbum CORAÇÃO VIOLÃO e, em uma
versão instrumental, no álbum TONS E SEMITONS. Entrou também na trilha da
novela Ídolo de Pano da TV Tupi.
94) ALCEU VALENÇA – LA BELLE DE JOUR
Através de SETE DESEJOS de 1992, um dos melhores álbuns de sua carreira,
Alceu conquistou uma nova geração de ouvintes incorporando a seu repertório
canções mais líricas e românticas, sem abrir mão do regionalismo que
caracteriza o conjunto de sua obra. Sobressaem-se duas pérolas: LA BELLE DE JOUR, um de seus maiores
sucessos, homenagem à atriz Jacqueline Bisset com cuja beleza se encantou num
encontro casual num bar quando o artista pernambucano encontrava-se em Paris,
imaginando-a passear num domingo azul pela praia de Boa Viagem em Recife. Batizou
a canção, todavia, com a designação conferida a outra musa, Catherine Deneuve,
extraída da famosa película de Luis Buñuel, “A Bela da Tarde”. A outra
obra-prima é TESOURA DO DESEJO, belíssima canção romântica com a brilhante
participação de Zizi Possi que narra o diálogo entre dois amantes em frente a
um bar do Leblon com um emocionante sax de Paulinho Andrade. No álbum ao vivo
GRANDE ENCONTRO (1996), o dueto é reconstituído com Elba Ramalho. As duas
canções são de autoria de Alceu.
95) TECA CALAZANS – CAICÓ
CAICÓ (CANTIGA) (“oh mana, deixa
eu ir, oh mana eu vou só, oh mana deixa eu ir para o sertão do Caicó”) é um
tema folclórico de domínio público recolhido por Villa Lobos, tendo recebido
letra de Teca Calazans, adaptação que a tornou conhecida do público. Essa
cantora capixaba, mais do que em seu país natal, tornou-se conhecida na França,
onde formou dupla com o músico Ricardo Villas que também por ali se encontrava,
exilado por razões políticas. Lançaram diversos álbuns divulgando a música
regional brasileira no exterior. De volta ao Brasil, Teca lançou diversos
trabalhos sempre divulgando temas tradicionais e folclóricos e resgatando a
obra de antigos compositores. Teca registrou a canção em seu álbum ao lado de
Ricardo Villas (Teca & Ricardo), POVO DAQUI. Regravou-a num ritmo ligeiro no
álbum FORRÓ DE CARA NOVO, com Dominguinhos, e no álbum TECA CALAZANS CANTA
VILLA LOBOS. Foi também gravada por Egberto Gismonti, Pena Branca e Xavantinho,
Ney Matogrosso e Trio Esperança. Mas foi a comovente versão de Milton
Nascimento no disco SENTINELA (1980) que a tornou popular.
96) AMELINHA – FREVO MULHER
Essa composição de Zé Ramalho marca também o início de seu relacionamento
amoroso com Amelinha que resultou num casamento (com dois filhos) que persistiu
por cinco anos. A cantora cearense serviu-lhe de musa e a canção foi a ela
destinada, nomeando seu segundo álbum de carreira (1978), que lhe rendeu um
disco de ouro. A música em ritmo de forró, embalada pela sanfona do mestre
Dominguinhos, tem uma energia contagiante, tornando-se uma das preferidas para
embalar os blocos carnavalescos. Além do próprio Zé Ramalho no violão, participa
Geraldo Azevedo, com Wilson das Neves na percussão. Como é próprio do
compositor, a letra é repleta de metáforas de interpretações ambíguas: “Gemeram
entre cabeças na ponta do esporão, a folha do não-me-toque e o medo da solidão,
veneno meu companheiro desata no cantador e desemboca no primeiro açude do meu
amor”. Além de Zé Ramalho, regravaram a canção Elba, Édson Cordeiro, Diogo
Nogueira, Cláudia Leitte, Rastapé, Banda Calypso, Aviões do Forró, Jammil, Luiz
Caldas, Kaleidoscópio, Robertinho do Recife,
Pato Fu, Tulipa Ruiz e Nando Reis.
97) BOCA LIVRE – TOADA
Despontando no fim dos anos 70, como grupo de apoio a nomes como Edu Lobo
e Milton Nascimento, o Boca Livre não parecia ser fadado a prosperar num
projeto próprio. À época, as gravadoras investiam apenas em artistas
consagrados e música de baixa categoria com maior apelo comercial. Nesse
contexto, a proposta de um conjunto vocal com repertório focado em música
brasileira de qualidade, um domínio sobre o qual o consagrado MPB-4 já marcara
território, não parecia promissora. Tanto que o desacreditado quarteto formado
originalmente por Maurício Maestro, Zé Renato, Cláudio Nucci e David Tygel teve
que bancar com recursos próprios seu primeiro vinil de 1979. O resultado foi
surpreendente: mais de 100 mil cópias vendidas a partir da divulgação (com
perdão da expressão) “boca a boca”, um marco na história da produção cultural
independente. O carro-chefe do álbum foi TOADA (em que já se evidenciara a
genialidade criativa da dupla Cláudio Nucci e Zé Renato).
98) BETO GUEDES – SAL DA TERRA
Desde o começo dos anos 80, com essa canção, Beto Guedes e Ronaldo Bastos
já vinham alertando para a devastação ambiental (“Terra, és o mais bonito dos
planetas, tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã”) e
sobre a necessidade de mudarmos de atitude em relação à sua preservação (“falo
desse chão da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar”). A canção foi a faixa
que puxou o álbum CONTOS DA LUA VAGA (1981), produzido por Wagner Tiso com a
participação de Flávio Venturini e Joyce. Nesse mesmo álbum, a mesma dupla de
compositores assinou uma outra faixa que se destacou, CANÇÃO DO NOVO MUNDO
sobre a esperança de um mundo melhor e sem violência (“nem a força bruta pode
um sonho apagar”). Gravaram SAL DA TERRA Simone, Jussara Silveira, Sandra de
Sá, Maria Gadú, 14 Bis, Roupa Nova, Orlando Morais, Jessé, Ivete Sangalo,
Angélica, Sylvinha e Jota Quest.
99) GILSON – CASINHA BRANCA
A singela música do então pouco conhecido cantor potiguar (parceria com Joran
e Marcelo), ao entrar na trilha da novela Marron Glacé de 1979, tornou-se um
fenômeno de execução nas rádios. Integrou também o primeiro álbum do cantor desse
mesmo ano. Aborda ela uma questão atemporal já revista por CASA NO CAMPO de Zé
Rodrix: a opção por uma vida despojada em uma casinha simples do interior,
longe da turbulência das grandes cidades. Foi regravada por inúmeros astros
como Roberta Campos, Bethânia, Maria Creuza, Fábio Jr, Peninha, José Augusto,
Gian e Giovani, Cascatinha & Inhana e Neguinho da Beija Flor. Recebeu até
uma inusitada versão de Jim Capaldi, membro do lendário grupo britânico Traffic.
O roqueiro tem afinidade com o Brasil, tendo vivido na Bahia por alguns anos
(mais tarde gravaria também ANNA JÚLIA da banda Los Hermanos). A bela releitura
de Capaldi de 1981 ganhou o título de OLD PHOTOGRAPHS e embora conservasse a
melodia da original de Gilson e uma temática similar, recebeu em inglês uma
letra diferente.
100) MORAES MOREIRA – GUITARRA BAIANA
O cantor, compositor e instrumentista baiano, conhecido por ser vocalista
e principal integrante dos Novos Baianos, partiu para a carreira solo a partir
de 1975. Seu primeiro álbum, nesse ano, pela Som Livre, vinculado que estava ao
trio elétrico de Dodô e Osmar, apresenta diversos temas associados ao carnaval
baiano, com destaque à psicodelia e ao trabalho instrumental. Para tanto,
contou com suporte de Armandinho (guitarra e bandolim), Dadi (baixo), Gustavo
Schroeter (bateria) e Mú Carvalho (teclados), músicos que viriam a formar o
grupo A Cor do Som. GUITARRA BAIANA é uma faixa instrumental de sua autoria em
que Moraes faz uma introdução em vocalise e toca violão, acompanhado de
Armandinho na guitarra. A canção recebeu uma adaptação pela qual é mais
conhecida que entrou na trilha da primeira versão da novela Gabriela (1975).
Confira a 1ª parte:
https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2022/03/as-100-maiores-musicas-brasileiras-do.html
https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2022/03/as-100-maiores-musicas-brasileiras-do_27.html
Confira a 3ª parte:
https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2022/04/as-100-maiores-musicas-brasileiras-do.html
Confira a 4ª parte:
https://oquedemimsoueu.blogspot.com/2022/04/as-100-maiores-musicas-brasileiras-do_17.html
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