Segue a continuação do levantamento dos principais
rocks do século XX, segundo dois aspectos: 1) receptividade do público
traduzida por vendas e execução nas rádios; 2) relevância dentro do cenário
musical.
A seguir, a 8ª parte da lista, por ordem
crescente:
141) GRATEFUL DEAD – DARK STAR
Pioneiro entre as jam bands (caracterizadas
por performances ao vivo e improvisações), o grupo provindo de San Francisco,
berço da contracultura, mesclava estilos, do rock ao experimentalismo passando
pelo jazz, sendo também um dos ícones da psicodelia dos loucos anos 60. Sob a
liderança do carismático guitarrista Jerry Garcia (falecido em 1995), passaram
pela banda nomes de relevo como o percussionista Mickey Hart e o pianista Bruce
Hornsby. Suas concorridas performances eram acompanhadas pelos chamados ‘deadheads’,
fãs que compartilhavam gravações piratas e que tornavam cada apresentação um espetáculo
diferente. Foram quase 2500 shows que o grupo realizou (muitos gratuitos),
verdadeiros happenings hippies. Com isso, contabilizam-se nada menos do que 200
álbuns oficiais com destaque para o duplo LIVE/DEAD (1969), cuja faixa DARK
STAR foi esticada de 2:40 minutos (tempo da versão de estúdio) para 23 minutos
de puro deleite. A canção faz parte da trilha do filme Zabriskie Point de Antonioni.
142) BYRDS – MR. TAMBOURINE MAN
Lendária banda americana de folk rock,
que atuou também no campo do rock psicodélico e do country rock, ficou
conhecida pelos temas MR. TAMBOURINE MAN e TURN! TURN! TURN!, cujos singles
lideraram as paradas norte-americanas respectivamente em 1965 e 1966. Permaneceram
atuantes com diferentes formações até os anos 70. Da constituição original,
destacam-se Roger McGuinn e David Crosby, ambos guitarristas e vocalistas, e
Gene Clark, o principal compositor. As referidas canções nomearam os álbuns que
as contém. Os dois álbuns abrigavam ao todo seis composições de Bob Dylan.
Curiosamente, a versão dos Byrds para MR. TAMBOURINE MAN é diferente do
original de Dylan, abreviando a letra. O mais interessante porém foi o ritmo de
rock imprimido (sob influência talvez dos Beatles de que eram fãs) que
prenunciou o nascimento do folk rock. Este subgênero influenciou uma série de
grupos que surgiriam depois, incluindo o próprio Dylan que se entusiasmou
pela roupagem dada a sua composição.
143)
STOOGES – I WANNA BE YOUR DOG
A banda teve curta duração antes de se
dissolver por problemas com drogas e falta de êxito comercial, tendo lançado
apenas três álbuns que tiveram vendas pífias mas se tornaram cultuados por
grupos de rock e punk. Seu membro mais famoso, Iggy Pop, partiu para a carreira
solo impulsionada pelo amigo David Bowie. RAW POWER (1973), creditado a Iggy &
Stooges, o último da série, o disco preferido de Kurt Cobain, teve a marcante
presença do guitarrista James Williamson que colaboraria também com a carreira
de Iggy. Os outros dois foram FUN HOUSE (1970), o favorito de Joey Ramone e de
Nick Cave e THE STOOGES (1969), produzido por John Cale (Velvet Underground), que
contém a faixa mais conhecida I WANNA BE YOUR DOG, identificada por seu riff de
três acordes. A canção foi regravada dentre outros por Sid Vicious, Slayer,
Sonic Youth e Joan Jett. Entrou até na trilha do filme Cruella.
144) DONOVAN – HURDY GURDY MAN
Alguns diziam que ele era a versão
inglesa de Bob Dylan. De fato, em algumas canções a semelhança é espantosa como
em CATCH THE WIND. Ambos trilharam o caminho da música folk e tocavam gaita,
embora Donovan (na verdade escocês) identificasse-se mais com o movimento
flower power, seu som era mais psicodélico e suas letras menos politizadas (ainda
que tenha musicado o filme Poor Cow do engajado diretor Ken Loach e tivesse
sido gravado pela musa do protesto Joan Baez). Teve forte vínculo com os Beatles, tendo-os
acompanhado na famosa viagem à Índia em que conheceram o guru Maharishi Mahesh
Yogi. Donovan teve vários singles de sucesso no Brasil como ATLANTIS,
BARABAJAGAL (em ambas participação do Jeff Beck Group), LALENA, MELLOW YELLOW
(quem não se lembra da versão CARAMELO de Erasmo Carlos?) e sobretudo HURDY
GURDY MAN. Essa canção do álbum homônimo (1968) teve participação de todos os
membros do Led Zeppelin (exceto Robert Plant) e do guitarrista de jazz-rock
Allan Holdsworth, com colaboração na letra, ao que consta, de George Harrison.
145) DURUTTI COLUMN – NEVER KNOWN
John Frusciante (RHCP) achava Vini
Reilly o melhor guitarrista do mundo. Robert Fripp (King Crimson) considerava-o
gênio. Morrisey (Smiths), outro admirador, trouxe-o para participar de seu
álbum VIVA HATE. Brian Eno considerava LC o melhor álbum de todos os tempos e
Elizabeth Fraser (Cocteau Twins) era fã de carteirinha. Mesmo com tantas gabaritadas
recomendações, Vini Reilly e o grupo Durutti Column, permaneceram ignorados
pelo público. Os integrantes originais tentaram conferir à banda uma cara de punk,
mas o grupo se esfacelou e Reilly que passou a responder pelo Durutti, adotou
uma linha introspectiva e onírica. A hipnótica NEVER KNOWN do álbum LC de 1981
(que chegou a ser lançado no Brasil) é um ótimo exemplo. A versão em CD criminosamente
desfigurou a bela capa original do vinil.
146) FACES – OOH LA LA
A banda Faces originou-se em 1969 da
junção do espólio dos Small Faces (um dos grupos mais badalados dos anos 60 da
Inglaterra) com dois dos célebres integrantes do Jeff Beck Group, o vocalista
Rod Stewart e o guitarrista Ron Wood. Os novos integrantes direcionaram o
repertório (originalmente calcado no R&B e na psicodelia) para o
blues/rock. O grupo que chegou a rivalizar em popularidade com os Stones, lançou
quatro álbuns entre 1970 e 1973, sendo os dois últimos, A NOD IS A GOOD AS A
WINK (1971) e OOH LA LA (1973) os mais relevantes. Paralelamente, Rod começou a bombar em sua
carreira solo, o que, se por um lado, ajudou a impulsionar os Faces, por outro começou
a frustrar os companheiros por serem percebidos como mera banda de apoio. O
crescente sucesso de Rod levou-o a abandonar os Faces ao passo que Ron Wood foi convidado a juntar-se aos Rolling Stones.
A faixa OOH LA LA que nomeia o álbum, uma das canções mais conhecidas, foi entregue à interpretação inusual de Ron, encostando o vocalista “oficial” Rod, cuja
voz aparentemente a ela não se adequou.
147)
MC5 – KICK OUT THE JAMS
Se rock significa rebeldia, a amostra é essa banda de Detroit. MC é abreviação de Motor City, numa
alusão a essa cidade, conhecida pela indústria automobilística. Desde o início,
o MC5 assumiu uma postura radical com visual agressivo, cabelos compridos desalinhados,
roupas escrachadas e aparência de marginais, em contraste com os comportados
grupos mainstream. Foram influenciados por movimentos emergentes como os
Panteras Negras, incitados por seu agenciador, John Sinclair, célebre poeta e
ativista da contracultura (que viria a receber uma dura pena de prisão por
posse de drogas). Apesar de toda essa agitação, o MC5 passou ao
largo do grande público e seus 3 álbuns tiveram vendas pífias. Não obstante, tornou-se
referência por ter prenunciado as garage bands e o o punk rock. KICK OUT THE
JAMS (1969), o debut álbum, gravado ao vivo, contém a canção homônima, o maior
sucesso do grupo.
148)
STATUS QUO – BIG FAT MAMA
Essa honesta e sexagenária banda inglesa
fez enorme sucesso no Reino Unido, onde foi recordista absoluta em singles nas hit
parades (mais de 60) e onde quase todos os seus álbuns a partir de 1972 (em
torno de 30) alcançaram os primeiros postos. Incompreensivelmente jamais ganharam
projeção nos EUA, onde apenas o primeiro single, PICTURES OF MATCHSTICK MEN - um
rock psicodélico que ganhou as paradas do mundo todo, inclusive no Brasil, bem
diferente do hard rock que o grupo iria produzir depois - obteve destaque. O
álbum que consolidou a mudança de rumos foi PILEDRIVER (1972) em cuja faixa BIG
FAT MAMA, dão uma aula de competência. A destacar ainda nesse álbum a releitura
do clássico ROADHOUSE BLUES que, segundo as más línguas, suplantou o original dos
Doors.
149)
GONG – YOU CAN´T KILL ME
Essa banda anárquica e psicodélica refletia
o espírito libertário do poeta beatnik que a fundou, o australiano Daevid
Allen. A banda nasceu fortuitamente na França pois Allen, membro do grupo
britânico de rock progressivo Soft Machine, após turnê naquele país, teve seu
visto de volta para a Inglaterra negado, fixando residência em Paris. Seus discos
mais cultuados são o CAMEMBERT ELECTRIQUE (1971) e a trilogia RADIO GNOME com 3
álbuns (1973/1974). A saída de Allen e de outros membros (como o guitarrista
Steve Hillage) e a entrada do baterista Pierre Moerlen e do guitarrista Allan
Holdsworth marcaram a conversão para o jazz fusion. Mas, sob o incentivo de
Allen, floresceram diversos projetos paralelos em torno da ‘grife’ GONG que
virou cult nos muitos países onde arrebanhou admiradores. Allen, acometido por
um câncer terminal, pediu à comunidade formada em torno do grupo (incluindo o
guitarrista brasileiro Fábio Golfetti, ex-Violeta de Outono) que desse
continuidade à utopia Gong após sua morte, ocorrida em 2015.
150) TEMPLE
OF THE DOG – HUNGER STRIKE
Quando o grunge estava ainda em seus
primórdios em seu berço, Seattle, o ainda desconhecido Chris Cornell (futuro
vocalista e líder do Soundgarden) lançou em 1991 um álbum em homenagem ao amigo
Andrew Wood da banda Mother Love Bone, falecido precocemente. O disco reuniu o
guitarrista Stone Grossard e o baixista Jeff Ament, futuros integrantes do
Pearl Jam, sendo convidado também um desconhecido vocalista, um certo Eddie
Vedder, todos reunidos numa banda denominada Temple of the Dog. Trata-se do
único registro desse grupo, filho único de mãe solteira, já que os integrantes
do Pearl Jam e do Soundgarden se bandearam para seus respectivos conjuntos de
sucesso, e Chris Cornell faleceu eliminando qualquer possibilidade de reagrupar
a trupe. O álbum TEMPLE OF THE DOG, que passou despercebido em seu lançamento,
tornou-se uma relíquia. A faixa HUNGER STRIKE que reúne os dois grandes
vocalistas foi o grande destaque.
151) GREEN DAY – BASKET CASE
Indiscutivelmente, o Green Day foi responsável pela revitalização do punk. Integrando uma nova safra de bandas que
inclui o Offspring, o Rancid e o Pennywise, motivou uma geração de ouvintes a
curtir o gênero que vinha se esmorecendo. O trio californiano liderado pelo
guitarrista/vocalista Billie Joe Armstrong atingiu o pico com DOOKIE (1994),
disco que vendeu a bagatela de 30 milhões de cópias, seu mais relevante
trabalho antes da virada do século (o outro grande momento, AMERICAN IDIOT é do
século XXI). Receberam críticas de puristas que achavam incompatível sucesso
comercial com atitude punk. O fato é que o grupo, ainda que alcançando imensa popularidade, manteve-se fiel à estética da guitarra rápida, poucos acordes e letras
contestatórias. Billie se dá ao luxo de algumas excentricidades como incluir
músicas do George Michael, Tears for Fears e Beatles (uma de suas
influências) em seus shows além de gravar um improvável álbum reinterpretando
canções do Everly Brothers em parceria não menos improvável com a cantora de
jazz Norah Jones.
152) NINE INCH NAILS – HURT
Essa banda americana é uma das maiores
representantes do chamado rock industrial, herdado de grupos surgidos na
esteira do pós-punk que incorporaram música eletrônica e experimental, como o
Killing Joke e o Skinny Puppy. É comandada pelo cantor, compositor e
multi-instrumentista Trent Reznor, famoso também por musicar filmes com trilhas
claustrofóbicas e sombrias. São dele as trilhas de Mank, Rede Social e a
animação Soul (da Pixar/Disney) sendo as duas últimas (compostas em colaboração
com Atticus Ross) laureadas com Oscar. De DOWNWARD SPIRAL (1994), segundo álbum
do NIN, destacam-se a insinuante CLOSER e a depressiva HURT. Esta recebeu um inusitado
(e elogiado) cover do artista country Johnny Cash.
153) VAN MORRISON – GLORIA
Essa música a rigor deveria ser
creditada ao grupo Them liderado por Van Morrison. Mas a posterior projeção do
artista irlandês em sua carreira individual acabou por empanar o nome da banda
de origem, por ele abandonada em 1966, dois anos após o início. O grande êxito
do grupo Them foi um single de 1964 que tinha no lado A, BABY PLEASE DON´T GO,
clássico blueseiro de Big Joe Williams, que recebeu inúmeras leituras posteriores
(John Lee Hooker, Muddy Waters, Rolling Stones, Aerosmith, AC/DC...). Segundo
consta, a versão do Them contou com o apoio de um guitarrista então pouco conhecido,
Jimmy Page. Mas foi GLORIA, o lado B, a responsável pelo grande sucesso
do single. A canção viria a se tornar ainda mais conhecida com a regravação dos
Doors para o álbum ao vivo ALIVE, SHE CRIED (1983). Da carreira solo de Van
Morrison, o destaque fica por conta de BROWN EYED GIRL de 1967.
154)
DEF LEPPARD - POUR SOME SUGAR ON ME
Contendo seus três maiores êxitos, POUR
SOME SUGAR ON ME, a power ballad LOVE BITES e a faixa- título, o álbum HYSTERIA
(1987) tornou-se o mais famoso desse grupo inglês. O disco que alcançou vendas
em torno de 25 milhões de cópias suplantou o êxito de PYROMANIA (1983) que já
tinha alcançado vendas expressivas (em torno de 10 milhões). O grupo superou
com isso o trauma do acidente automobilístico que ocasionou a amputação do
braço esquerdo do baterista Rick Allen que assim mesmo permaneceu na banda com
uma bateria adaptada. Com esses dois trabalhos, o Def fez a transição de um som
calcado no heavy e no hard rock para canções voltadas para a execução
radiofônica e um público mais amplo. POUR...
inspirou-se na fusão rock/rap de WALKS THIS WAY do Aerosmith com Run-DMC.
155)
HOLLIES – LONG COOL WOMAN SONG
Em atividade desde 1962, mesma época do
surgimento dos Beatles e dos Stones, essa é uma das bandas inglesas mais
longevas do rock. Apenas dois de seus integrantes permaneceram na banda desde
os primórdios, o guitarrista Tony Hicks e o baterista Bobby Elliot. A citar
também o vocalista Allan Clarke que se desligou do grupo em 1971 e Graham Nash
que se uniu ao quarteto folk Crosby, Still, Nash and Young, mudando-se para os
EUA. Embora não sejam muito lembrados pelos rockers, talvez por serem
“certinhos” demais, colecionaram belos hits. Alguns deles como HE AIN´T HEAVY,
HE´S MY BROTHER e THE AIR THAT I BREATHE até hoje persistem na programação das
FM´s. BUS STOP (que no Brasil, teve uma versão dos Golden Boys, PENSANDO NELA) foi
outra que alcançou os primeiros postos. O hit mais roqueiro é LONG COOL WOMAN SONG
pertencente ao álbum DISTANT LIGHT (1971).
156) BLUR – SONG 2
Ao lado do Oasis, o Blur era tida como
uma das mais representativas bandas do britpop, movimento que buscava resgatar
o rock britânico da influência do grunge americano com um som mais melodioso,
inspirado na tradição de nomes como Beatles, Stones, Who e Kinks. Embora com
vendas mais modestas do que o Oasis, o campeão do gênero, o Blur foi mais
ousado. Os cabeças eram o vocalista e principal compositor Damon Albarn e o
talentoso guitarrista Graham Coxon, que viria a deixar a banda em 2000. O álbum
BLUR (1997) representou a grande reviravolta no som do grupo. A banda que, no
início mantinha uma posição crítica ao rock americano, passou a flertar com o
rock indie produzido nos EUA. A gravadora temia que a mudança poderia impactar
o público do grupo, composto basicamente por adolescentes. Ocorreu o oposto. Tornou-se
o álbum mais bem sucedido do grupo puxado pelo poderosa SONG 2 de apenas 2
minutos. Após a saída de Coxon, o grupo lançaria o arrojado THINK TANK (2003), agregando novos ritmos (como a eletrônica e a world music) e
reduzindo a presença da guitarra.
157) NICK CAVE – INTO MY ARMS
Nick Cave iniciou carreira solo após desligar-se
da banda pós punk australiana Birthday Party de que era líder. É reconhecido
pela aparência sinistra, roupas escuras, semblante pálido e cadavérico, olhar
sombrio, negro cabelo mullet e voz soturna. Acompanhado pela banda Bad Seeds,
interpreta em tom de desespero temas universais como o amor, a religião e a
morte, influenciado pela melancolia do blues. Mudou-se para Berlim, onde tinha
muitos fãs, ocasião em que participou do filme Asas do Desejo de Wim Wenders.
Na década de 90 chegou a morar por três anos em São Paulo, bairro Vila
Madalena, onde fez um filho e diversas canções. É venerado por diversas tribos
e suas canções foram cobertas por uma ampla gama de artistas de diversos
ritmos, como o country de Johnny Cash (THE MERCY SEAT), o heavy do Metallica (LOVERMAN) e o rap de Snoop Dogg
(RED RIGHT HAND). Gravou até uma canção
com Kylie Minogue, WHERE THE WILD ROSES GROW. A balada emotiva INTO MY ARMS
aparece no álbum THE BOATMAN´S CALL (1997).
158) OINGO BOINGO – STAY
Todo mundo conhece os filmes Batman,
Batman Returns, Homem Aranha 1 e 2, Hulk, Liga da Justiça, Dick Tracy, Homens
de Preto 1, 2 e 3, Missão Impossível, Beetlejuice, Marte Ataca, A Fantástica
Fábrica de Chocolates, Edward Mãos de Tesoura, Noiva Cadáver, Alice no País das
Maravilhas, O Gênio Indomável, Chicago, Trapaça. O que poucos sabem é que o
compositor Danny Elfman que assina as trilhas de todos eles (além de diversas
séries da TV), foi líder e vocalista da banda de rock e new wave Oingo Boingo,
cujo tema STAY foi sucesso radiofônico e embalou muitas festas nos anos 80.
Curiosamente, essa canção fez sucesso apenas no Brasil, em parte devido à sua
inclusão na trilha da novela Top Model. Integrou também a trilha do filme
Donnie Darko. Saiu em single como lado B de DEAD MAN´S PARTY, essa sim sucesso mundial,
ambas do álbum homônimo de 1985.
159)
KANSAS – CARRY ON WAYWARD SON
Essa banda norte-americana está no
limiar entre o progressivo, o pop e o hard rock. Os três primeiros álbuns,
apesar de elogiados, não tiveram grande repercussão. Foi através de
LEFTOVERTURE (1976) que o grupo estourou mundialmente. O trabalho seguinte,
POINT OF KNOW RETURN (1977) fez sucesso equivalente puxado pelo mega-hit DUST
IN THE WIND, inspirado em uma passagem bíblica (seu compositor, o guitarrista
Kerry Livgren, convertera-se recentemente ao cristianismo), regravado até pela cantora
pop-operística Sarah Brightman em seu álbum EDEN. A partir de 1986, com o
ingresso do lendário guitarrista Steve Morse (que participou dos Dixie Dregs e
do Deep Purple), o grupo assumiu um som mais pesado. CARRY ON... (do mesmo
autor, também um chamamento religioso ao auto-encorajamento), faixa do
álbum LEFTOVERTURE, é unanimemente considerada a canção mais poderosa do grupo,
condensando os diversos estilos que a banda atravessou.
160)
P J HARVEY – THIS MESS WE’RE IN
A inglesa Polly Jean Harvey pode ser
considerada o mais expressivo nome feminino do rock desde Patty Smith. Cantora,
compositora e multi-instrumentista, sua carreira esteve sempre
evoluindo e seus álbuns, desde a estreia com DRY (1992), sempre
bastante reverenciados pela crítica e no mundo musical, embora nunca tenha
alcançado vendas astronômicas. Não por acaso: Harvey não costuma fazer
concessões para tornar sua música mais palatável, buscando sempre fugir do
convencional. O álbum STORIES FROM THE CITY, STORIES FROM THE SEA (2000), inspirada
pelo período em que se estabeleceu em Nova York, é considerado seu trabalho mais acessível,
tendo atingido a cifra de um milhão de cópias (empatou com TO BRING
YOU MY LOVE de 1995, seu grande êxito até então). Ainda assim, muitos reputam
sua obra prima. O álbum contou com a colaboração de Thom Yorke, líder do
Radiohead, que participa nos backing vocals e nos teclados das faixas ONE LINE e
BEAUTIFUL FEELING, e faz um comovente dueto vocal com a cantora em THIS MESS
WE’RE IN.
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